A líder do partido de extrema direita Irmãos da Itália (FdI) e futura premiê, Giorgia Meloni, se reúne nesta segunda-feira (17) com o presidente da legenda conservadora Força Itália (FI), Silvio Berlusconi, para tentar estabelecer uma trégua na coalizão. O encontro será realizado em Roma, quatro dias depois da divulgação de um bloco de anotações no qual o ex-primeiro-ministro define o comportamento de Meloni, sua aliada, como “arrogante e ofensivo”. Em resposta, a deputada de extrema direita rebateu que não é “chantageável”.

Berlusconi se irritou com o veto da futura premiê a Licia Ronzulli, expoente do FI, como ministra no futuro governo e está insatisfeito com o espaço reservado ao partido no gabinete. Por conta disso, o Força Itália boicotou a eleição de Ignazio La Russa (FdI) como presidente do Senado, na última quinta (13).

Rumores chegaram a apontar que o FI iria para as consultas com o presidente Sergio Mattarella sozinho, ao invés de integrar a delegação da coalizão de direita, mas mediadores entraram em campo para tentar reconstruir as pontes entre Berlusconi e Meloni.

Os dois chegaram a conversar por telefone no último domingo (16), porém devem se reunir pessoalmente por volta de 16h (horário local) desta segunda, na sede do FdI.

Mediadores entram em campo para tentar reaproximar Meloni e Berlusconi

Mediadores entraram em ação para tentar refazer as pontes entre a futura primeira-ministra da Itália e o ex-premiê Silvio Berlusconi. Os “pacificadores” foram Gianni Letta, político próximo a Berlusconi e que não ocupa cargo público atualmente, e Ignazio La Russa, novo presidente do Senado e expoente do partido de ultradireita Irmãos da Itália (FdI), liderado por Meloni.

La Russa já foi ministro de Berlusconi e, durante a sessão que o elegeu como mandatário do Senado, teve de ouvir o ex-premiê mandá-lo “tomar no c…”, postura que reflete a insatisfação com o espaço reservado por Meloni ao partido conservador Força Itália (FI) no futuro governo.

Letta e La Russa buscam reconstruir a relação entre a deputada e o senador, para que as negociações na coalizão de direita possam ser retomadas a pleno vapor.

Berlusconi já voltou para Milão após dois dias em Roma para a abertura da legislatura e, segundo aliados, ficou ainda mais irritado quando Meloni disse em plena televisão que ela não era “chantageável”.

O ex-premiê não questiona a continuidade da aliança de direita, mas acredita que agora cabe à deputada ultranacionalista fazer uma proposta, após ela ter vetado Licia Ronzulli, aliada próxima de Berlusconi, em seu ministério.

Fontes do FdI, no entanto, afirmam que Meloni ficou muito “contrariada” com a postura do ex-primeiro-ministro e não parece disposta a fazer novas concessões.

Por sua vez, um membro influente da Liga, partido de Matteo Salvini que também compõe a coligação, mostrou otimismo com a pressão dos “governistas” sobre Berlusconi. “Até porque, não há outra escolha”, disse.

Até o momento, Meloni já prometeu quatro ministérios para o Força Itália, incluindo o das Relações Exteriores, mas a Liga, outro partido da coalizão, deve ficar com pelo menos seis. A expectativa da futura premiê é fechar a composição de sua equipe até 25 de outubro. (com dados de agências internacionais)