O fotógrafo italiano Oliviero Toscani, de 82 anos, foi internado nesta sexta-feira (10/1) em estado gravíssimo em um hospital na cidade de Cecina, Toscana, norte da Itália. E hoje (13/1) a família anunciou, com um breve comunicado de imprensa, sobre o falecimento.
“É com imensa dor que damos a notícia de que hoje, 13 de janeiro de 2025, o nosso querido Oliviero iniciou a sua próxima viagem. Pedimos a gentileza de sigilo e compreensão para este momento, que gostaríamos de enfrentar na intimidade da família. Kirsti Toscani com Rocco, Lola e Ali”, diz a nota.
Toscani sofria de uma doença incurável e rara, a amiloidose, que causa depósitos de proteínas insolúveis pelo corpo. Semana passada, ele teve um agravamento no quadro da enfermidade. Diagnosticado há dois anos, o fotógrafo só anunciou ser portador da patologia em agosto de 2024, durante entrevista ao jornal Corriere della Sera.
Nascido em Milão em 28 de fevereiro de 1942, Toscani publicou sua primeira foto no Corriere aos 14 anos: o rosto de Rachele Mussolini, imortalizado em Predappio no enterro do Duce no túmulo da família.
Se formou em fotografia pela Universidade de Artes de Zurique e estreou no mundo da publicidade com a campanha do croissant Algida. Suas fotos foram para Elle, Vogue, GQ, Harper’s Bazaar, Esquire. Também tirou fotos para Valentino, Chanel, Fiorucci, Esprit e Prénatal.
Em 1982, com a Benetton Toscani começa a trabalhar com questões sociais como a igualdade, a máfia, a luta contra a homofobia, a luta contra a AIDS ou a pena de morte. Em 1991 lançou a revista Colors e, três anos depois, a Fabrica, centro internacional de artes e pesquisa da comunicação moderna, cuja sede foi projetada pelo famoso arquiteto japonês Tadao Ando. Em 2000 terminou a parceria com o grupo Benetton, após a campanha que utilizou fotos reais de condenados à morte nos Estados Unidos. Em 2007, Toscani criou uma campanha chocante para a marca Nolita, que dividiu público e crítica, colocando no centro a modelo e atriz francesa Isabelle Caro, de 31 quilos e 1,64 metros de altura. No mesmo ano, criou o projeto Razza Umana, uma galeria de retratos que retratam a diversidade humana.
O fotógrafo, com suas imagens fortes, chegou a ser barrado em diversos países.
(Dados da Ansa, Corriere della Sera e La Repubblica)