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O Oscar do Vaticano

24 de março de 2014 - Por Comunità Italiana
O Oscar do Vaticano

O Oscar do VaticanoEm Roma para participar da celebração que oficializou o arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, como cardeal, Dilma conversa com o papa e vai ao Parco della Musica

No encontro entre a presidente Dilma Rousseff e o papa Francisco, no Vaticano, não se falou de política nem de religião, e sim de futebol, com alegria e troca de presentes. Ambos tocaram temas a favor da paz e da inclusão social e contra a pobreza e a discriminação. A presidente convidou o pontífice para ir ao Brasil assistir a Copa do Mundo, mas acredita que ele não poderá fazer a viagem porque está com a agenda cheia.
Dilma entregou-lhe uma bola autografada pelo ex-atacante Ronaldo Fenômeno e uma camisa da Seleção com uma dedicatória de Pelé, além de uma coleção de livros sobre a presença dos jesuítas no Brasil que, em suas palavras, representa o reconhecimento da importância dos mesmos na formação do país. A Congregação das Causas dos Santos trabalha na data de canonização do padre jesuíta José de Anchieta, beatificado por João Paulo II em 1980. Segundo a CNBB, o pedido de santificação foi acolhido por Francisco, o primeiro papa jesuíta da história da Igreja católica. Provavelmente, a canonização vai ocorrer em 2014.
A presidente Dilma contou aos jornalistas que ela brincou ao lembrar sobre o gol de Maradona na Copa de 1986, conhecido como la mano de Dios.
— A única coisa que eu pedi foi que a neutralidade seja mantida por parte do Santo Padre e assim a mão de Deus não empurrasse a bola de ninguém — disse Dilma, sorrindo.
A presidente ganhou do papa um terço, uma imagem do anjo da paz e uma medalha que ele dedicou à filha de Dilma, Paula.
— Eu também pedi ao papa que enviasse um pronunciamento a respeito do tema da Copa, que será sobre a paz e contra o racismo — disse a presidente, explicando que ambos já haviam conversado sobre o assunto durante a Jornada Mundial da Juventude.
Dilma também esteve na recepção em homenagem ao novo cardeal no Palácio Caetani, residência do embaixador brasileiro no Vaticano, Dênis Fontes de Souza Pinto. Muitos convidados se surpreenderam com a sua presença, pois não estava oficialmente confirmada. Na capital italiana, Dilma conseguiu driblar a imprensa brasileira. Hospedada no Palácio Pamphilij, sede da Embaixada brasileira, na Piazza Navona, ela usou a porta de trás, que dá acesso à estreita Via dell’Anima, para sair sem ser notada pelos jornalistas que estavam de olho na entrada principal. Enquanto assessores da presidência diziam que Dilma não tinha compromisso, ela foi ao Parco della Musica, assistir, no início da noite, à Missa em Si Menor, de Bach, concerto executado pela Orquestra Nacional da Academia de Santa Cecília.

Dois papas na cerimônia para a nomeação dos 19 cardeais
A manhã de 22 de fevereiro marcou a história: pela primeira vez, dois papas participaram de uma cerimônia na Basílica de São Pedro, que estava lotada. Antes da celebração, o papa Francisco foi em direção ao papa emérito Bento XVI para lhe cumprimentar, gerando aplausos dos presentes. Antes de receber um abraço do pontífice, Bento XVI retirou o solidéu branco, em sinal de respeito por Francisco.
Cada cardeal pronunciou o juramento de fidelidade e Dom Orani Tempesta, de 63 anos, recebeu das mãos do papa o barrete, o típico chapéu vermelho dos cardeais. A presidente brasileira assistiu à nomeação e comentou que achou a cerimônia bonita. Como tradição, os cardeais também receberam o título de uma igreja de Roma. A designada para Dom Orani foi a Igreja de Santa Maria Mãe da Providência, no bairro Gianicolense.  

Origem lacial
Dom Orani disse que ficou emocionado e honrado com a presença, no Vaticano, de cerca de 60 parentes italianos. Seu pai nasceu na pequena Ville Grotti, na província de Rieti, a 91 km ao norte de Roma. Ele foi levado com quatro anos de idade para o Brasil. “Não sabia que vinha tanta gente da Itália”, comentou.
Quando lhe perguntaram se era como se o Rio de Janeiro também estivesse junto dele, disse que sentia dentro de si a presença de todos os brasileiros. “Não só do Rio, mas também de muitas partes do Brasil. Eu trago várias etnias comigo, vários lugares, de sul a norte. Um pouco de seu sangue, de lugares por onde passei como bispo e arcebispo. Sinto-me muito ligado às pessoas e às regiões”.

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.

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