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Após gesto nazifascista, Musk é alvo de protesto em Milão

22 de janeiro de 2025 - Por Comunità Italiana
Após gesto nazifascista, Musk é alvo de protesto em Milão

Um fantoche de Elon Musk foi exibido de ponta-cabeça em Milão, nesta terça-feira (21/1). O protesto faz referência à exposição do corpo de Mussolini, em 1945.

Um coletivo antifascista italiano pendurou um fantoche do bilionário Elon Musk de cabeça para baixo na Piazzale Loreto, em Milão, em alusão à exposição do corpo do ditador Benito Mussolini no mesmo endereço oitenta anos antes, em 1945. O protesto ocorreu um dia depois de o dono da rede social X e da marca Tesla feito um suposto gesto nazifascista durante a cerimônia de posse de Donald Trump.

“Sempre tem espaço na Piazzale Loreto, Elon”, diz uma publicação do grupo Cambiare Rotta (Mudar de Rumo) na rede social Instagram.

Em abril de 1945, os corpos fuzilados de Mussolini, da amante dele, Clara Petacci, e de outros dirigentes fascistas foram expostos de ponta-cabeça em um posto de combustíveis em Milão. Alguns meses antes, o regime fascista havia usado o mesmo local para exibir cadáveres de combatentes da Resistência.

Musk atraiu críticas mundo afora por fazer duas vezes um gesto com o braço direito estendido e a mão aberta, postura similar aos “sieg heil” (“salve a vitória”) do nazismo e à saudação romana dos fascistas. Apesar do nome, não há comprovação histórica de que o gesto era utilizado durante o Império Romano. Em reação às críticas, o bilionário afirmou que seus adversários “precisam de truques sujos melhores” e que é “cansativo” chamar todos de Hitler.

Autoridades e líderes europeus repudiaram o gesto feito por Musk.  Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, afirmou, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que a liberdade de expressão não pode ser usada para apoiar posições de extrema direita, que ferem direitos humanos.

A ministra do Trabalho espanhola, Yolanda Diaz, anunciou nesta terça que está deixando o X. “Não apenas por seus gestos, mas pelos discursos absolutamente complicados que ele está fazendo”, afirmou Diaz à emissora estatal TVE. “Tomei essa decisão, que sei que é complicada, mas não farei parte de uma rede social baseada no uso de algoritmos que incentivam ideias xenófobas, contra os direitos humanos e incentivam a extrema direita no mundo”, acrescentou.

(Dados da Ansa, Rai, UOL, G1 e O Globo)

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