A Bialetti, inventora da cafeteira moka e celebrada como um ícone do design industrial italiano, chegou a um acordo com a Nuo Capital para ser vendida e retirada da bolsa de valores. As informações foram confirmadas pelas duas companhias na quarta-feira, dia 16. A aquisição ainda está sujeita à aprovação regulatória por parte do governo italiano. 

A Nuo Capital, de Luxemburgo, deve comprar 78,6% das ações da Bialetti, com fechamento do negócio previsto para o fim de junho de 2025. A Nuo Capital é controlada pelo magnata chinês Stephen Cheng. Segundo o jornal italiano Il Sole 24 Ore, a Nuo Capital comprará as ações da Bialetti de seus atuais principais investidores por 53 milhões de euros (R$ 354 milhões).  Depois, lançará uma oferta pública para adquirir as ações restantes na Bolsa de Milão com valor mínimo de 0,467 euro (R$ 3,1) por ação. 

De acordo com a agência de notícias Reuters, a operação faz parte de um plano maior de reestruturação e refinanciamento da dívida da Bialetti. A Bialetti, criadora da clássica cafeteira lançada em 1933, enfrentou dificuldades nos últimos anos devido a investimentos que não deram certo e à concorrência das máquinas de café em cápsula. 

A Reuters informou que a empresa lançou uma estratégia de expansão baseada na abertura de lojas em shoppings e centros urbanos, que acabou prejudicada pela pandemia, além de uma tentativa de diversificação para utensílios de cozinha. Em 2024, a empresa teve prejuízo de 1,1 milhão de euros (R$ 7,3 milhões) e encerrou o ano com dívida financeira líquida ajustada de 81,9 milhões de euros (aproximadamente R$ 548 milhões).

O nome da cafeteira moka vem de Mokha, cidade do Iêmen que foi um importante centro do comércio de café entre os séculos XVI e XIX. No Brasil, o produto é conhecido popularmente como cafeteira italiana. A cafeteira é tão simbólica que está exposta no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA).

(Com informações da Reuters e do Il Sole 24 Ore)