Descobertos túneis desenhados por Da Vinci

Uma pesquisa do programa de doutorado do Politécnico de Milão, na Itália, revelou a presença de inúmeros caminhos subterrâneos sob o Castelo Sforzesco.
Presume-se que alguns dos túneis podem estar ligados a passagens secretas descritas nos desenhos do gênio Leonardo Da Vinci. Uma destas passagens diz respeito ao duque de Milão, Ludovico, o Mouro (1452-1508), que, segundo fontes históricas, teria mandado construir um corredor subterrâneo que ligasse o castelo à Basílica de Santa Maria delle Grazie, onde estava sepultada sua amada esposa, Beatrice d’Este (1475-1497). O caminho, também imortalizado nos desenhos de Da Vinci, é há muito tempo objeto de lendas e especulações.
A descoberta só foi possível graças ao apoio técnico da Codevintec, que utilizou tecnologias avançadas, como radar de penetração no solo e scanners a laser, para mapear e documentar com precisão o subsolo da fortificação e suas estruturas subterrâneas, onde foram localizadas cavidades e passarelas enterradas a poucos decímetros de profundidade. “O objetivo é criar um modelo digital duplo do Castelo Sforzesco, que represente não apenas o seu aspecto atual, mas que permita explorar o passado, recuperando elementos históricos que não são mais visíveis”, afirma Franco Guzzetti, professor de geomática do Politécnico.
Além disso, os novos dados também podem abrir portas para a valorização turística local, ao colocar à disposição do público a exploração dos ambientes subterrâneos e de locais históricos inacessíveis através de um percurso virtual.
O Castelo Sforzesco, símbolo de Milão, passou por séculos de transformações. Construído no século XIV pela família Visconti como uma fortaleza defensiva, foi quase demolido durante a República Ambrosiana, sendo reformado apenas por Francesco Sforza em 1450. Sob o mandato de Ludovico, o Moro, o castelo se tornou um centro cultural e foi enriquecido com afrescos de Leonardo da Vinci na Sala delle Asse e inovações arquitetônicas de Donato Bramante. Durante o domínio espanhol, foi ainda mais fortificada, assumindo um papel estratégico e militar. Após séculos de cercos, destruições e restaurações, foi no século XIX, sob a orientação de Luca Beltrami, que o castelo se tornou um espaço público com vocação cultural. Hoje, abriga museus e bibliotecas e é uma referência indiscutível na oferta cultural da cidade de Milão.
(Dados da Ansa, e Sky arte)