Subiu para 137 o número de mortos no atentado terrorista a uma casa de shows em Moscou, na Rússia, na última sexta-feira (22), informou no domingo (24) o comitê de investigação do caso do governo russo. O ataque, o pior dos últimos 20 anos na Rússia, foi reivindicado pelo Estado Islâmico – grupo terrorista inimigo da Rússia, que apoia o regime do ditador da Síria, Bashar Al-Asad. Foram as Forças de Al-Asad, financiadas por Moscou, que expulsaram totalmente o Estado Islâmico da Síria há quatro anos.
O comitê informou que há ainda dezenas de pessoas feridas internadas em hospitais na capital russa.
O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, afirmou que é necessário trabalhar para “evitar uma escalada”.
“Mesmo depois do terrível ataque terrorista em Moscou devemos estar sempre calmos e prudentes. portanto, após cada investigação, acredito que devem ser feitas considerações que, em qualquer caso, devem levar todas as partes a serem cautelosas. Devemos convidar a Rússia a não explorar o ataque”, alertou o político.
O tribunal distrital de Basmanny, em Moscou, acusou quatro suspeitos pelo ataque, que foram identificados identificados como Dalerdzhon Barotovich Mirzoyev, Shamsidin Fariduni, Muhammadsobir Fayzov e Saidakrami Murodali Rachabalizoda. Segundo comunicado publicado no Telegram, os quatro foram colocados sob custódia por dois meses até o julgamento.
Os suspeitos podem pegar prisão perpétua, de acordo com a agência de notícias RIA.
As autoridades russas disseram que 11 pessoas foram detidas, incluindo os quatro homens armados que fugiram da sala de concertos e seguiram para a região de Bryansk, cerca de 340 km a sudoeste de Moscou.
Relembre o caso
Na sexta-feira, homens armados invadiram uma casa de shows popular perto de Moscou e abriram fogo, de acordo com informações preliminares do Serviço Federal de Segurança da Rússia.
A agência RIA Novosti informou que os indivíduos armados “abriram fogo com armas automáticas” e “lançaram uma granada ou uma bomba incendiária, que iniciou um incêndio”.
Ao menos 137 pessoas morreram em decorrência do ataque, entre elas, pelo menos três crianças. Horas depois, o Estado Islâmico assumiu a autoria do ataque em um comunicado publicado pela agência de notícias Amaq, filiada ao grupo.
No sábado (23), o grupo publicou um vídeo que diz ter sido feito no momento do ataque pelos próprios atiradores. As imagens foram confirmadas por geolocalização.
No domingo, centenas de pessoas se reuniram em frente à prefeitura de Crocus, onde fica a casa de shows, para depositar flores, velas e brinquedos em memória às vítimas da tragédia. O presidente russo, Vladimir Putin, declarou no sábado luto nacional de três dias.