Viagens internacionais serão mais caras em 2025 por causa do Dólar

O mercado de câmbio brasileiro enfrentou uma desvalorização significativa em 2024, com o dólar encerrando o ano em R$ 6,18, uma alta de cerca de 27% em relação ao início do período. Com isso o preço das tarifas aéreas tende a subir em 2025.
A moeda abriu o novo ano em alta, R$ 6,22, mas acabou fechando a sessão desta quinta-feira (2/1) em queda de 0,22%, chegando a R$ 6,1651. Ainda assim, especialistas avaliam que o câmbio deve permanecer acima de R$ 6 durante o primeiro trimestre do ano.
Com 60% de seus custos em dólares, as empresas aéreas são diretamente afetadas pela variação do câmbio. Além disso, muitas companhias ainda estão pagando as dívidas decorrentes da pandemia. Por exemplo, em 2024, a Gol entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos e a Azul renegociou seus débitos com credores.
Uma recuperação do real no mercado, durante 2025, dependerá de uma combinação de fatores. “Reformas estruturais capazes de atrair investimentos, aliados a um ambiente externo mais favorável, poderão reduzir a pressão cambial”, afirma Einar Rivero, analista da Elos Ayta.
Outro fator que influencia o câmbio é a política econômica nacionalista de Donald Trump. Pela segunda vez na Casa Branca, o republicano prometeu elevar tarifas de importação com a intenção de favorecer produtos norte-americanos. O efeito do movimento pode ser uma alta na inflação dos Estados Unidos e fortalecimento do dólar no mundo, como aconteceu logo após a apuração das eleições.
O vice-presidente de estratégia da Gol, Mateus Pongeluppi, afirmou para o jornal O Estado de S. Paulo que, se o dólar se mantiver no patamar atual, as empresas têm três opções. A primeira seria aumentar a eficiência – cortando custos, por exemplo – para neutralizar o efeito do câmbio. A segunda seria reduzir suas margens de lucro, e a terceira, repassar o custo para o consumidor. “Normalmente, perder margem é a última das saídas. Hoje, do jeito que está a alavancagem e o endividamento da indústria, é ainda mais difícil imaginar uma redução dessas margens. Não é um cenário de que as empresas vão reduzir a política de dividendo. É um cenário de que a conta simplesmente não fecha”, diz o executivo.
(Dados da CNN Brasil e Estadão)
