União Europeia questiona decisão da Itália de exigir testes de covid de viajantes do bloco

Um dia após o Ministério da Saúde da Itália anunciar que vai passar a exigir um teste negativo para covid-19 de viajantes vacinados da União Europeia, representantes do bloco questionaram a decisão do governo italiano nesta quarta-feira (15). Na coletiva diária, um dos porta-vozes da Comissão Europeia disse aos jornalistas que “não houve nenhuma notificação” por parte dos italianos, como determinam as regras do Executivo europeu.
Segundo representante, a “Itália sabe” que é preciso notificar sobre a aplicação de eventuais medidas restritivas e que isso “está previsto em nosso regulamento”. Por isso, o bloco aguarda explicações “justificadas e proporcionais” para a adoção da medida.
Pouco antes da coletiva, a vice-presidente da Comissão, Vera Jourova, havia dito que “quando os Estados-membros introduzem condições adicionais ou as tornam mais severas, como no caso da Itália e de Portugal, é preciso que a escolha seja justificada com base na situação real”.
“Imagino que eles [italianos e portugueses] falarão sobre isso no Conselho Europeu porque essas decisões individuais dos Estados minam a confiança das pessoas no fato de que as viagens tenham condições iguais em toda a União Europeia”, pontuou a representante.
A reunião citada por Jourova acontecerá nesta quinta-feira (16), data em que a portaria italiana passará a entrar em vigor.
O assunto foi citado rapidamente pelo primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, durante uma audiência na Câmara dos Deputados na manhã desta quarta-feira.
Aos parlamentares, o premiê afirmou que “não via” motivos para explicar a decisão já que tanto países da UE como o Reino Unido vem registrando uma alta exponencial nos casos de covid-19 – também em parte por conta da nova variante Ômicron.
Draghi também ressaltou que foi informado pelo ministro da Saúde, Roberto Speranza, antes da publicação da portaria.
A Itália vem enfrentando uma alta nas contaminações e nas mortes desde a metade de outubro e, por isso, está reforçando o controle para todos os trabalhadores e viajantes.
Portaria
A resolução publicada nesta terça-feira (14) prevê que todos os viajantes da União Europeia precisarão apresentar um teste RT-PCR negativo feito 48 horas antes ou um rápido com antígeno até 24 horas antes de chegar à Itália.
Já os não vacinados, além do teste negativo, precisarão cumprir uma quarentena de cinco dias e só poderão deixar o isolamento após um novo exame.
A medida será válida entre 16 de dezembro e 31 de janeiro de 2022. (com dados da Ansa)