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União Europeia estuda incluir maior banco russo em novo pacote de sanções

04 de maio de 2022 - Por Comunità Italiana
União Europeia estuda incluir maior banco russo em novo pacote de sanções

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, discursou nesta quarta-feira (4) ao Parlamento Europeu para falar sobre o novo pacote de sanções que será imposto contra a Rússia por causa da guerra na Ucrânia e revelou que o Sberbank, o maior banco do país, será punido. “Vamos excluir o Sberbank do sistema Swift que é, de longe, o maior banco da Rússia, e outros dois bancos. Com isso, atingiremos os bancos que são cruciais para o sistema financeiro russo e para a capacidade de [Vladimir] Putin de criar destruição. Isso solidificará o completo isolamento do setor financeiro russo do sistema global”, disse aos europarlamentares.   

O Swift é uma plataforma de troca de informações entre bancos do mundo todo e o principal sistema utilizado para fazer pagamentos pelo petróleo e gás natural russo. Outras instituições financeiras menores já haviam sido excluídas do sistema nos pacotes de sanções anteriores. 

Durante sua fala, Von der Leyen ainda confirmou que os europeus vão impor um embargo ao petróleo russo, em medida que deve entrar em vigor em seis meses.   

“Propomos uma proibição do petróleo russo, uma proibição total da importação via mar e via oleodutos, de bruto e refinado.   

Vamos garantir eliminar gradualmente o petróleo russo de maneira ordenada e que permita, a nós e nossos parceiros, garantir vias de fornecimento alternativas e de reduzir ao mínimo o impacto sobre os mercados globais. Esse é o motivo pelo qual eliminaremos gradualmente o petróleo bruto russo em seis meses e os produtos refinados até o fim do ano”, acrescentou.   

Conforme fontes europeias, porém, essa medida será adotada por 25 dos 27 Estados-membros de maneira conjunta porque Hungria e Eslováquia, as mais dependentes da importação do combustível fóssil russo, serão isentadas até o fim de 2023. 

Ainda durante sua fala, Von der Leyen pontuou que a Europa “tem uma responsabilidade muito especial nas relações com a Ucrânia” e que o apoio dado pelo bloco forma geral irá “ajudar os ucranianos a reconstruir sue país”.  

“Por isso, proponho que vocês comecem a trabalhar sobre um ambicioso programa de retomada para os nossos amigos ucranianos. Esse pacote precisa levar investimentos maciços para satisfazer as necessidades e as reformas necessárias. Devem enfrentar as fraquezas existentes na economia ucraniana e colocar as bases para um crescimento sustentável e de longo prazo”, pontuou ainda.   

UE propõe sancionar líder da Igreja Ortodoxa Russa

A União Europeia estuda também incluir no sexto pacote de sanções punições contra o líder da Igreja Ortodoxa do país, Cirilo I, segundo um rascunho obtido pela agência de notícias francesa “AFP”.

Cirilo é aliado de primeira linha do presidente russo, Vladimir Putin, e sempre apoiou o governo de Moscou na guerra. O nome do líder ortodoxo está entre os 58 citados inicialmente no documento, que ainda precisa ser aprovado, e que inclui também a filha e a esposa do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.   

Após a divulgação da notícia, a Igreja Ortodoxa Russa se disse “cética” sobre o novo pacote do bloco europeu por meio de uma mensagem publicada pelo porta-voz, Vladimir Legoyda, no Telegram.   

“O patriarca Cirilo provém de uma família na qual os membros foram submetidos por décadas a repressão por sua fé e posição moral durante os dias do ateísmo militante comunista, sem temer reclusões ou repressões. Precisa ser absolutamente estranho à história de nossa Igreja para intimidar o seu clero e seus crentes inserindo-os em algumas listas”, escreveu.   

Pouco depois, durante uma celebração religiosa em Moscou, Cirilo voltou a defender Putin durante o sermão, segundo reportou a agência Interfax.   

“Nós não queremos combater ninguém. A Rússia nunca atacou ninguém. Surpreendentemente, um país assim forte e grande nunca atacou ninguém, está só protegendo suas fronteiras. Deus conceda que o nosso país permaneça forte, potente e amado por Deus até o fim dos tempos”, afirmou. 

Cirilo ainda pediu que “Deus reforce a fé, a piedade e a sabedoria do povo e dê forças para trabalhar sempre, viver e, se necessário, combater para preservar o estilo de vida livre e independente da Rússia”. “Que Deus proteja o solo russo da briga e da invasão estrangeira e reforce o credo ortodoxo, única força espiritual capaz de unir verdadeiramente nosso povo”, acrescentou.   

O líder ortodoxo se aproximou muito de Putin nos últimos anos e foi até indiretamente criticado pelo papa Francisco durante um encontro virtual realizado entre ambos para tentar acertar detalhes de um novo encontro. Segundo o líder católico, ambos são “padres” e não podem se prender a discursos políticos, sendo que “o patriarca não se pode se tornar o coroinha de Putin”.

Para além das questões políticas, há outro ponto que afasta os ortodoxos russos dos ucranianos. Em 2014, durante a fase inicial da guerra, em que Putin anexou unilateralmente o território da Crimeia, houve uma espécie de cisma entre os líderes da religião.   

O patriarca de Constantinopla, Bartolomeu, considerado um “guia supremo” de todos os praticantes da religião, enviou dois exarcos para Kiev para iniciar o trabalho da autocefalia, quando uma determinação cristã não precisa se reportar ao superior, nas igrejas Ortodoxa Ucraniana e Ucraniana Ortodoxa Autocéfala.   

O pedido dos ucranianos havia sido feito em 1991, quando houve o fim da União Soviética, mas só foi concretizado em 2018. O reconhecimento dado aos ucranianos fez com que a Igreja Ortodoxa Russa anunciasse o rompimento com o Patriarcado Ecumênico de Constantinopla. 

No entanto, Cirilo vem sofrendo pressão também dentro da instituição, com centenas de padres e clérigos pedindo que a Igreja se oponha à guerra e defenda um “cessar-fogo” imediato.

A decisão formal sobre o sexto pacote de sanções contra aliados de Putin não deve ser anunciada nesta quarta-feira. Todos os países-membros pediram um prazo um pouco maior para analisar o documento proposto por Bruxelas, que foi enviado aos governos apenas na madrugada. 

Uma nova reunião dos representantes permanentes do bloco, a Coreper, foi marcada para a sexta-feira (6), mas pode ser antecipada para amanhã, segundo fontes internas. A ideia, porém, se mantém de anunciar o pacote antes do fim de semana. (com dados da Ansa)

Comunità Italiana

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