União Europeia chega a acordo para redução do consumo de gás natural

Os países da União Europeia (UE) fecharam na terça-feira (26) um acordo diluído para reduzir seu consumo de gás natural nos próximos oito meses, numa tentativa de proteger a economia do bloco de uma possível interrupção do fornecimento de gás da Rússia.
O acordo estabelece que os integrantes da UE reduzam voluntariamente o consumo de gás em 15%, a partir de agosto, como foi proposto na semana passada pela Comissão Europeia, braço executivo do bloco. Em caso de emergência, a meta de 15% passará a ser obrigatória.
“Os ministros chegaram a um acordo político sobre a redução da demanda de gás em vista do próximo inverno”, anunciou a presidência rotativa da República Tcheca na UE, durante uma reunião dos ministros da Energia do bloco.
De acordo com fontes diplomáticas, apenas a Hungria votou contra o plano, que não precisava de unanimidade para ser aprovado.
O pacto, no entanto, prevê exceções significativas para países que tenham conexões limitadas a outras redes de gás europeias ou cujas redes elétricas não estejam ligadas ao sistema europeu.
O documento também ressalta que a Comissão Europeia, poder Executivo da UE, está “explorando maneiras de frear o aumento dos preços de energia, incluindo a possibilidade de introduzir tetos temporários”.
“Dou as boas-vindas à aprovação do regulamento para reduzir a demanda de gás. É um passo decisivo para enfrentar a ameaça de uma interrupção total do gás [por parte da Rússia]”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
O acordo veio um dia antes de a estatal russa Gazprom cortar o fluxo de gás pelo gasoduto Nord Stream para a Alemanha a cerca de um quinto da capacidade do duto.
O salto nos preços do gás vem ajudando a impulsionar a inflação na zona do euro a níveis recordes. Na terça-feira, o preço da commodity disparou 11% no mercado atacadista, a quase 200 euros por megawatt-hora (Mwh). Com informações da Dow Jones Newswires. (com dados de agências internacionais)