UE responde a Trump com tarifas de 25% contra produtos dos EUA

A resposta da União Europeia ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, será realizada em três etapas e inclui tarifas de até 25% contra cerca de US$ 20,9 bilhões em mercadorias dos Estados Unidos. A medida foi anunciada na quarta-feira, 9, e ocorre em represália à guerra comercial deflagrada pelo presidente Donald Trump.
A ideia de responder em três fases é uma forma de manter espaço para o diálogo e evitar uma escalada no conflito comercial. A primeira fase deve entrar em vigor em 15 de abril. As outras estão programadas para 16 de maio e 1º de dezembro.

Segundo a agência de notícias ANSA, o aval à decisão foi dado por representantes técnicos dos 27 Estados-membros na Comissão Europeia, poder Executivo do bloco. Apenas a Hungria foi contrária.
“As contramedidas podem ser suspensas a qualquer momento, desde que os Estados Unidos aceitem uma solução negociada, justa e equilibrada”, informou a Comissão Europeia após a decisão.
“Eu disse à Câmara de Comércio Americana junto à UE que a Europa está aberta ao comércio e aos investimentos. Vamos negociar, não aumentar as tensões, para manter fortes e fluídas as cadeias de suprimento UE-EUA”, escreveu na rede social X a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. “Estamos intensificando nosso papel como potência competitiva: simplificando regras e aprofundando nosso mercado único. Invista aqui, colha os frutos aqui”, acrescentou.
Itália como um dos países mais afetados
Dados da Eurostat, a agência de estatística da União Europeia, mostram que a Itália é o terceiro país europeu mais afetado pelas tarifas, atrás de Irlanda e Finlândia. Cerca de 10,7% das exportações italianas têm como destino os EUA.
Contudo, ao se considerar os valores absolutos das exportações, a Itália assume posição de destaque entre os principais parceiros europeus dos EUA. Em 2023, o país vendeu 67 bilhões de euros em mercadorias para os americanos, sendo o segundo país do bloco que mais comercializou com os EUA. A primeira foi a Alemanha, com 157 bilhões. Em terceiro lugar esteve a Suíça (56,6 bilhões), seguida por Irlanda (51 bilhões) e França (43 bilhões), segundo o jornal Corriere della Sera.
(Com informações da ANSA e do Corriere della Sera)