Donald Trump volta à presidência dos Estados Unidos com a conquista da maioria dos delegados no colégio eleitoral e uma ampla vitória no voto popular contra a democrata Kamala Harris nas eleições de ontem, terça-feira, 05/11.
Antes mesmo da confirmação da vitória de Trump, os republicanos já comemoravam. Ao ganhar a Carolina do Norte, a Geórgia e a Pensilvânia, além dos Estados que usualmente votam nos republicanos, como Texas e Flórida, Trump aproveitou para discursar por aproximadamente 20 minutos em Palm Beach, na Flórida, na madrugada de hoje.
Durante seu discurso, Trump apresentou um tom menos agressivo do que o da campanha, mas retomou vários tópicos. “Vamos curar nosso país, que precisa muito de ajuda. Vamos consertar nossas fronteiras e muitas coisas que precisam ser consertadas”, afirmou Trump. “Esta será verdadeiramente a era dourada para a América”, acrescentou. Trump sinalizou que quer união entre todos os americanos. “É hora de deixar para trás as divisões dos últimos quatro anos. É hora de nos unirmos”. Reforçou que irá tornar os Estados Unidos um país seguro e próspero.
Trump vai governar um país dividido e com severos desafios internos relacionados à imigração, transição energética, acesso ao sistema de saúde e dependência química. Na política externa, Trump terá de lidar com as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio e com a competição econômica e influência cada vez maior da China.
No seu primeiro mandato, Trump revogou medidas do governo Obama (seu antecessor), muitas referentes ao meio-ambiente, e retirou os EUA de acordos internacionais importantes, como os Acordos de Paris e o Acordo Nuclear do Irã, os quais ele afirmava serem injustos para os americanos. Além disso, proibiu a entrada de pessoas de países muçulmanos, incentivou o medo de imigrantes e criticou líderes de nações historicamente aliadas, como Angela Merkel da Alemanha e Emmanuel Macron da França. Em contrapartida, estreitou laços com autocratas, como Vladimir Putin da Rússia e Kim Jong-un, da Coreia do Norte.
Dados do FBI mostram que houve um aumento de 28% em crimes de ódio e intolerâncias durante o seu primeiro mandato. Trump também teve que lidar com o pico da pandemia de covid-19. Contrário à ciência, foi contra máscaras, testes, lockdown e a favor do uso da cloroquina. Ele também chegou a sugerir injeção de desinfetante nos infectados.
Trump esteve em diversos processos judiciais após o mandato. Mas alguns dos processos sofreram reveses depois de a Suprema Corte decidir que presidentes têm imunidade em crimes cometidos durante o exercício da presidência.
As autoridades italianas parabenizaram a vitória de Trump por meio das redes sociais.
(Dados do Estadão, CNN e Ansa)