Torcedor assedia jornalista ao vivo na Itália e é banido de estádios

Um homem assediou a jornalista esportiva Greta Beccaglia durante uma transmissão ao vivo na Itália no último fim de semana e foi banido dos estádios do país por três anos. A repórter da emissora Toscana TV fazia um ao vivo após o jogo entre Empoli (2) e Fiorentina (1) e tentava ouvir torcedores no estádio Carlo Castellani quando o agressor, identificado como Andrea Serrani, de 45 anos, passou a mão em suas nádegas.
A decisão das autoridades de Florença foi tomada após Serrani ter dado uma entrevista ao programa de rádio La Zanzara pedindo desculpas publicamente pelo episódio. A declaração terminou sendo alvo de críticas, já que o homem disse que estava arrependido, mas tentou justificar que a ação ocorreu “porque estava triste com a derrota”.
“Eu estava com um amigo meu. Estávamos saindo do estádio tristes com a derrota da Fiorentina. Em poucos minutos a nossa querida Viola havia passado de uma provável vitória para uma derrota muito amarga. Alguns jornalistas pediram comentários e opiniões do público ao sair do estádio. Eu vi esta repórter e dei um tapinha em suas partes inferiores. Para mim, naquele momento, foi apenas um gesto bobo. Pedi desculpas. Eu estava errado”, afirmou Serrani, acrescentando ainda que pretendia encontra a jornalista para se desculpar pessoalmente.
Também em entrevista, Greta Beccaglia reiterou que o pedido de desculpas não era suficiente e esperava que as autoridades tomassem as medidas cabíveis. Ela fez uma denúncia formal no dia seguinte e o agressor foi identificado por conta das imagens veiculadas em rede nacional.
“Aquele homem fez o mínimo ao se desculpar. Mas um pedido de desculpas nesses casos não é suficiente. A Justiça deve seguir seu curso e estabelecer que aquele gesto vergonhoso é errado”, disse a jornalista ao canal de TV “RaiNews24”.
O apresentador Giorgio Micheletti também foi criticado pela reação que teve ao vivo, ao pedir que a colega “não ficasse brava” após ter sofrido assédio. A Ordem dos Jornalistas da Toscana definiu a agressão como um “episódio gravíssimo de assédio” e lembrou que o caso ocorreu pouco depois do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher, celebrado em 25 de novembro no país, além de criticar a postura do apresentador. Segundo a entidade, “não houve nenhuma palavra de solidariedade”. (com dados do O Globo)