O vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, rebateu as críticas que dizem que seu projeto, que visa alterar as regras de concessão de cidadania italiana, é de “esquerda” por beneficiar filhos de imigrantes.
A resposta foi dada em uma mensagem na rede social X para felicitar a filha de nigerianos Kemi Badenoch, eleita neste sábado, 02/11, como nova líder do Partido Conservador do Reino Unido, legenda historicamente alinhada com o Força Itália (FI), partido de Tajani.
“Parabéns a Kemi Badenoch, eleita nova líder dos conservadores. Uma mulher de cor candidata a liderar o Reino Unido. Belo exemplo de integração, assim como propõe o jus italiae, que não é um projeto de esquerda”, escreveu.
O projeto de lei tem como um dos tópicos impedir ítalo-descendentes cujos pais, avós e bisavós tenham nascido fora da Itália de obter a cidadania por direito de sangue (jus sanguinis). A nova lei não afetaria os processos já em andamento, apenas de novos nascimentos.
Ao mesmo tempo, o PL prevê cidadania para estrangeiros nascidos na Itália ou que tenham chegado no país antes do quinto aniversário, mas apenas quando eles completarem 16 anos e desde que tenham residido em solo italiano durante uma década ininterrupta e concluído o ciclo escolar até essa faixa etária.
Esse sistema foi apelidado por Tajani de “jus italiae” (“direito italiano”, em tradução livre). Atualmente, não há limite geracional para o “jus sanguinis”, enquanto filhos de imigrantes nascidos na Itália só podem obter a cidadania após os 18 anos.
No entanto, a primeira-ministra Giorgia Meloni indicou que o projeto de Tajani não está entre as prioridades do governo, embora tenha se mostrado aberta a discutir o assunto.
(Dados da Ansa e Il Sole)