O Supremo Tribunal de Cassação confirmou nesta quarta-feira (23) a sentença de prisão perpétua para o traficante nigeriano Innocent Oseghale, de 32 anos, por assassinar e desmembrar a jovem italiana Pamela Mastropietro, em janeiro de 2018, em Macerata. A Corte, no entanto, anulou a pena da apelação referente ao crime de violência sexual, providenciando uma nova audiência a ser realizada em Perugia.
A sentença definitiva contra Oseghale, que foi considerado culpado do assassinato de Mastropietro, será determinada somente após o recurso.
Caso os juízes de segunda instância o considerem inocente da acusação de violência sexual, a sentença final poder ser diferente da pena de prisão perpétua, imposta a ele pelo Tribunal de Ancona.
O corpo desmembrado de Pamela Mastropietro, de 18 anos, foi encontrado no dia 31 de janeiro de 2018 em duas malas abandonadas dentro de um fosso na cidade de Pollenza, na região de Marcas, no centro da Itália.
A descoberta foi feita por um trausente, que logo acionou a Arma dos Carabineiros, pensando tratar-se de drogas ou objetos roubados. A morte da italiana ocorreu após ela deixar uma comunidade de recuperação de Corridonia.
Segundo a Procuradoria de Macerata, antes de ser assassinada, Mastropietro foi estuprada pelo traficante e estava sob condições físicas “reduzidas” pelo consumo de heroína quando o abuso ocorreu.
A acusação descartou que Pamela tivesse uma relação consentida com Oseghale, pelo “cuidado maníaco” que ele teve em eliminar os rastros da violência sexual, através da limpeza com água sanitária e da remoção dos órgãos genitais da jovem.
A morte da jovem gerou polêmica e motivou um atentado contra imigrantes negros pelo neofascista Luca Traini, italiano que havia sido candidato pela Liga Norte em eleições municipais. Ao menos 11 pessoas inocentes ficaram feridas no ataque. (com dados da Ansa)