As celebrações do dia de Santo Antônio, o santo mais popular do país, em 13 de junho, são sempre muito aguardadas. Principalmente, pelas mulheres que querem se casar. Este ano, as devotas casadoiras ganharam um reforço importante em seus pedidos para chegar ao altar: o relicário com uma parte do corpo do santo mumificada que pode ser beijado e tocado pelos fiéis.
A relíquia autêntica veio da Basílica de Pádua, na Itália, para as comemorações dos 400 anos do Convento de Santo Antônio, no Largo da Carioca, no Centro.
Um outro relicário maior com um pedaço da pele do santo está num altar-monumento, e pode ser adorado pelos fiéis, mas não pode ser tocado. As relíquias, que chegaram ao Rio para o aniversário do convento, ficam expostas até sábado (14), quando será feita uma procissão pelas ruas do Centro, junto com as imagens de Santo Antônio dos Pobres e Nossa Senhora dos Prazeres. No dia 15, as relíquias retornam à Pádua.
Fila para beijar
Segundo frei Clarêncio Neotti, reitor do santuário – que inclui as igrejas de Santo Antônio e da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência e o convento – desde o início das comemorações, de 500 a 600 pessoas por dia participam das missas e das bênçãos realizadas ao meio-dia e às 18h. A fila para beijar e tocar o relicário também é grande.
“Organizamos um corredor para controlar a fila. As pessoas podem beijar o relicário, depois recebem uma bênção e uma lembrança: um santinho com uma oração e a imagem de Santo Antônio”, destacou o padre.
O reitor lembra que Santo Antônio é, na verdade, o padroeiro dos aflitos e dos doentes, que ajuda a suportar e superar as angústias. Mas acabou mais conhecido, no Brasil, como santo casamenteiro por ter defendido as moças pobres de Verona, na Itália.
“Em sua época, o governador de Verona criou um decreto estabelecendo que só as moças que tivessem dote para oferecer aos futuros sogros poderiam se casar. Isso foi considerado pelo frei Antônio uma injustiça com as moças pobres. Ele, então, depois de muita dificuldade conseguiu uma audiência com o governador, que acabou abolindo o decreto. A partir daí, ele começou a ser visto como o protetor do direito ao casamento”, explicou frei Clarêncio.
100 mil fiéis
Como as igrejas estão passando por obras de restauração, para a celebração da trezena dos 400 anos do santuário, foi montado um palco no pátio inferior, onde estão sendo realizadas as missas solenes, apresentações de bandas sinfônicas e de grupos de escolas católicas. Mesmo no dia 13, segundo frei Clarêncio, embora a igreja esteja aberta, todas as celebrações serão realizadas no pátio.
“Com o presbitério em obras, não há espaço para receber todos os devotos. Por uma questão de segurança, todos os eventos este ano estão sendo realizados no pátio”, disse frei Clarêncio, que em 2007 abençoou cerca 80 mil pessoas. “Este ano, por causa da celebração dos 400 anos e da exposição dos relicários, a expectativa de público para o dia de Santo Antônio é de cem mil pessoas”, calculou o reitor do santuário.
No dia 13, os relicários estarão expostos a partir das 5h30, no altar-monumento. Serão rezadas missas solenes às 6h, 7h, 8h, 12h – quando será dada a bênção dos pães e dos lírios – e 18h. No dia 14, haverá missa às 12h, e às15h, o cardeal arcebispo do Rio, dom Eusébio Scheid se despede das relíquias e com elas abençoa a cidade. Às 16h começa a Procissão das Relíquias pelas ruas da Carioca, Visconde do Rio Branco, Praça da República, Vinte de Abril, do Senado, General Caldwell, Tenente Possolo, Henrique Valadares e Praça da Cruz Vermelha, onde será dada a bênção aos doentes.
Fonte: Globo.com