Em um encontro que ocorre hoje, quarta-feira, 20/11, o governo brasileiro recebe o presidente da China, Xi Jinping, que foi para Brasília na tarde desta terça-feira (19), logo após os ciclos de reuniões do G20. As atividades oficiais terão início no Palácio da Alvorada, onde haverá uma reunião restrita e outra ampliada. Na sequência, uma cerimônia de assinatura de atos e uma declaração à imprensa dos dois líderes. Em seguida, haverá um almoço oferecido pelo presidente Lula no Palácio da Alvorada. Pela noite, no Palácio Itamaraty, haverá um jantar que encerra a visita oficial. O presidente chinês deixa o país amanhã, dia 21.
Os governos brasileiro e chinês pretendem lançar uma parceria de investimentos em áreas-chaves da economia brasileira. O plano foi elaborado como forma de suavizar a não adesão do Brasil à nova Rota da Seda, como é chamada a Iniciativa Cinturão e Rota. Mais de 120 países fazem parte do acordo, que mobilizou US$ 2 trilhões em contratos para a construção de portos, rodovias e ferrovias. Da América do Sul, apenas Brasil, Colômbia e Paraguai não fazem parte do projeto.
Em contrapartida, o Brasil escolheu quatro programas para aprofundar as parcerias com a China.
- Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), sob comando do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
- Plano de Transformação Ecológica, encabeçado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
- Nova Indústria Brasil (NIB), programa gerido pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin.
- Rotas de Integração Sul-Americana, vedete do Ministério do Planejamento, chefiado por Simone Tebet.
Desde 2009, a China é o maior parceiro comercial do Brasil. Em 2023, a corrente de comércio atingiu recorde de US$ 157,5 bilhões, com exportações totalizando US$ 104,3 bilhões e superávit brasileiro de US$ 51,1 bilhões. equivalente a cerca de 52% do superávit comercial total brasileiro. Os dados são do governo federal. Já os investimentos chineses no Brasil atingiram US$ 73,3 bilhões, entre 2007 e 2023. O setor de eletricidade recebeu 45% do valor total, seguido por petróleo, com 30%, conforme estudo anual do Conselho Empresarial Brasil China.
Em janeiro deste ano, a visita do chanceler chinês Wang Yi deu pistas do que viria. Ele propôs que os países buscassem unir os investimentos de projetos da nova Rota da Seda com os do novo PAC. Ao fechar essas parcerias de investimento de infraestrutura chinesa, mas sem aderir à Nova Rota da Seda, o Brasil mantém uma relação com a China, ao mesmo tempo em que quer manter a posição de neutralidade nas disputas comerciais e políticas entre americanos e chineses. Além disso, às margens das reuniões do último dia da cúpula do G20, o Brasil anunciou um acordo de transição energética com presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Por outro lado, desde o ano passado, a administração Biden enviou funcionários de alto escalão com uma mensagem anti-China.
Outro tópico que o Brasil está pedindo é o apoio expresso de Pequim para ingressar no Conselho de Segurança das Nações Unidas com um assento permanente. Não é esperado que a China ceda na visita de Xi.
Existem ao menos 50 iniciativas bilaterais na mesa, mas o Brasil quer investimentos de fundos chineses em infraestrutura, tecnologia e inteligência artificial.
(Dados do Estadão e CNN Brasil)