‘Eu quero agradecer porque estou vivo’, disse Lula, sobre plano de assassinato, nesta quinta-feira, 21/11, pela primeira vez. O plano, descoberto pela Polícia Federal (PF), tinha como objetivo matá-lo envenenado após as eleições de 2022.
O presidente fez comentário breve, sem citar nomes, sobre a trama golpista que está sob investigação. A investigação indica que militares de elite do Exército e um policial federal, todos presos pela PF na última terça, 19/11, teriam planejado tudo.
“Quando nós disputávamos as eleições, eu dizia que um dos meus desejos era trazer o Brasil à normalidade, à civilidade, sabendo que você tem adversários políticos e ideológicos, mas que, de forma civilizada, você perde e você ganha”, acrescentou Lula, destacando que não quer “envenenar nem perseguir ninguém”. “A única coisa que eu quero é que a gente desmoralize com números os que governaram antes de nós”, salientou.
Por outro lado, a PF indiciou o ex-presidente Bolsonaro, ontem, por abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Além do ex-presidente, outras 36 pessoas também foram indiciadas.
O indiciamento acontece em meio às investigações da tentativa de golpe contra o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em janeiro de 2023. A PF também indiciou os generais Walter Souza Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa que perdeu a eleição de 2022; Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); o delegado Alexandre Ramagem, ex-presidente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); e Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro.
A PF mencionou que as provas foram obtidas em quase dois anos “com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário”. As investigações das autoridades também indicaram que Bolsonaro redigiu e ajustou a chamada “minuta do golpe”, além disso, o ex-presidente teria conhecimentos dos planos para assassinar Lula, Moraes e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
O relatório do inquérito, que possui 884 páginas, foi entregue ao ministro Alexandres de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Após isso, a Procuradoria Geral da República (PGR) ficará responsável por denunciar ou não os 37 indiciados. Caso a denúncia seja aceita pela Corte, eles se tornarão réus e vão ser julgados.
Para a PF, no documento, Bolsonaro “permeou por todos os núcleos” da organização criminosa apontada pela investigação. Os núcleos são:
- Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
- Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
- Núcleo Jurídico;
- Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
- Núcleo de Inteligência Paralela;
- Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas
(Dados da Ansa e CNN Brasil)