Polícia da Itália prende extremistas após protestos violentos contra certificado sanitário

Cerca de 10 mil pessoas foram às ruas no último sábado (9) para protestar contra o passaporte sanitário e a vacina. Manifestantes eram apoiados por grupos de extrema-direita
A polícia da Itália prendeu, no domingo (10), dois líderes do grupo de extrema-direita Forza Nuova, após uma violenta manifestação contra o passaporte sanitário em Roma. Durante o protesto, os extremistas atacaram a sede nacional da Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL), um dos principais sindicatos do país.
O chefe do sindicato, Maurizio Landini, pediu a dissolução do grupo e anunciou uma grande manifestação contra o fascismo: “Eles não podem nos intimidar, não temos medo”.
“Os responsáveis por esse ataque estão presos”, disse o deputado Federico Fornaro, do Partido Socialista Democrático italiano. “Há muito tempo eles agem para alimentar as tensões e a violência.”
“A violência fascista deve parar imediatamente. Todas as forças democráticas hoje apoiam a CGIL e a polícia”, acrescentou o senador Andrea Marcucci, do Partido Democrata.
De acordo com a imprensa italiana, doze pessoas foram presas, entre elas Roberto Fiore, secretário nacional da Forza Nuova, e Giuliano Castellino, responsável do movimento em Roma.
Políticos pedem dissolução do partido
No sábado à noite, centenas de pessoas enfrentaram a polícia no centro de Roma, destruindo, entre outros imóveis, a sede do sindicato italiano. Os policiais tiveram de usar jatos de água e gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. O conflito se arrastou por várias horas.
Forza Nuova é um partido italiano de extrema-direita neofascista criado em 1997. O programa deles prevê a proibição do aborto, a interdição da imigração ou a retirada de leis que punem a incitação ao ódio por razões políticas, de raça ou de religião. A legenda nunca obteve mais de 0,5% dos votos.Muitos partidos de centro e de esquerda também defendem a dissolução do Forza Nuova.
“Chega de violência dos grupos neofascistas. Apresentaremos uma moção urgente no Parlamento pedindo ao governo a dissolução do Forza Nuova”, disse Emanuele Fiano, membro da presidência do grupo dos deputados do Partido Democrata, de centro-direita.
Protestos e prisões pela Itália
Os confrontos registrados na noite do último sábado, na Itália, durante o protesto contra o uso do certificado sanitário da covid-19, deixaram pelo menos 12 presos e 38 policiais feridos.
A polícia italiana interceptou e identificou ainda 600 manifestantes das regiões de Reggio Emilia, Pádua, Mântua, Brescia, Verona, Turim, Milão, Bergamo, Pesaro Ancona, Florença, Trieste, Bolzano, Modena, Treviso, Rovereto e Arezzo.
Segundo a Sede da Polícia, durante o ato violento, um agente fraturou uma costela e outro teve uma fratura na bochecha. Em Milão, um manifestante foi detido e outros 57 foram denunciados.
Durante a manifestação do green pass na Piazza del Popolo, em Roma, os militantes invadiram as ruas do centro, e a polícia realizou ações para dispersá-los, usando hidrantes e gás lacrimogêneo. Além disso, a sede da Confederação-Geral Italiana do Trabalho (CGIL) foi invadida.
A violência foi condenada pela maioria dos políticos da Itália, incluindo o presidente Sergio Mattarella e o primeiro-ministro Mario Draghi. “Amanhã apresentaremos uma moção urgente à Câmara para pedir a dissolução de Forza Nuova e de outros movimentos abertamente fascistas”, anunciou o deputado do Partido Democrático (PD), Emanuele Fiano. (com dados de agências internacionais)