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Parco Verde, em Nápoles, registra caso de estupro coletivo contra duas meninas

27 de agosto de 2023 - Por Comunità Italiana
Parco Verde, em Nápoles, registra caso de estupro coletivo contra duas meninas

A polícia italiana investiga um caso de estupro coletivo contra duas meninas de apenas 10 e 12 anos de idade, que são primas, em Parco Verde, região periférica de Caivano, na província de Nápoles, sul da Itália. Segundo o jornal ‘Il Mattino’, o caso ocorreu no início de julho e as investigações começaram neste mês de agosto a partir de uma denúncia de familiares. A violência foi confirmada através de exames médicos.

Inicialmente foram apontados seis autores, entre eles cinco menores de idade e um de 19 anos, o qual teria sido preso. No sábado (26), entretanto, vieram à tona novos detalhes sobre a investigação apontando que o grupo de abusadores, na verdade, era composto de ao menos dez, a grande maioria de menores de idade.

Na última quinta-feira (24) um tribunal italiano acatou um parecer do Serviço Social e determinou o afastamento das vítimas da região. Elas foram levadas para um lar de acolhimento em outra área napolitana.

A mãe de uma das meninas vítimas se pronunciou pela primeira vez sobre o caso no sábado. “Neste momento só quero duas coisas: que minha filha volte para mim, porque não suporto sua ausência. E justiça: quem fez todo esse mal deve pagar e não ficar impune”.

As declarações foram dadas em entrevista ao jornal ‘Messaggero’ após a repercussão do caso.

“Tenho certeza de que ela está pior que eu e me dá vontade de morrer, quero ela de volta perto de mim. Mesmo sabendo os riscos que se corre vivendo aqui, neste ambiente, jamais poderia imaginar que isso iria acontecer, que se chegaria a tanto”, declarou.

A mulher garantiu que não teve culpa: “Da minha parte nunca faltou atenção, sempre verifiquei suas amizades e até o jeito de se vestir quando saía. Devem todos ser punidos. Uma coisa é certa: não consigo mais suportar a ideia de viver aqui. Aqui há um inferno, é preciso muita luz. Sempre confiamos nas instituições, mas aqui a política sempre esteve ausente”.

Aos abusadores, enviou a mensagem: “Se olhem no espelho e percebam o quanto são nojentos e covardes. Não sei como perdoar. Não consigo nem pensar neste momento”.

A justiça italiana também determinou que as menores recebam apoio de um curador e consultores, incluindo um psicólogo, para avaliar a possibilidade de reintegração das crianças aos núcleos familiares.

“Todos os jovens e até os adultos daquele contexto degradado deveriam passar por cuidados psicológicos. O caos daquele lugar é evidente há anos. Uma degradação que segue impunemente, com todos os tipos de prostituição, inclusive de menores”, declarou Angelo Pisani, advogado da família de uma das crianças.

Agora os investigadores analisam telefones celulares apreendidos para tentar reconstruir exatamente a dinâmica dos fatos.

Segundo as informações preliminares, as meninas teriam sido levadas para um galpão abandonado da cidade.

O bairro do Parco Verde já apareceu outras vezes nas páginas policiais: em 2004, o país ficou revoltado com o caso da pequena Fortuna Loffredo, de seis anos, que morreu após ter sido jogada do oitavo andar de um edifício.

Além disso, o caso de estupro coletivo veio à tona junto com outro semelhante que chocou o país nesta semana – em Palermo, também no sul da Itália, sete suspeitos foram presos por violência sexual contra uma jovem de 19 anos.

A jovem foi às redes sociais relatar que tem recebido ataques após a repercussão do caso. “Sinceramente, cansei de ser educada. Vocês já me encheram com coisas do tipo ‘ah, você faz vídeos no TikTok com músicas obscenas’, ‘é normal que aconteça isso’, ‘claro, olha como se veste'”, disse.

O caso ocorreu em julho e os sete homens apontados como autores foram presos em agosto.

“Eu não deveria ligar, mas não falo por mim, não falem besteiras. Se vocês escreverem coisas assim a outras garotas como eu, elas podem acabar tirando as próprias vidas. Sabem o que significa suicídio?”, disse.

A jovem ressaltou que poderia ter apagado as próprias redes quando o caso veio à tona, porque já imaginava que seria culpabilizada: “Mas continuo sendo eu mesma. Fechem a boca em vez de julgar uma mulher que foi estuprada”.

No caso, segundo a denúncia, os homens levaram a vítima para um espaço isolado no centro da cidade e se revezaram para cometer o crime, que foi registrado por câmeras de segurança e filmado pelos abusadores.

Os sete apontados como autores, todos com idades entre 18 e 22 anos, foram presos. (com dados da Ansa)

Comunità Italiana

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