Subiu para 6 o número de mortos na passagem da tempestade Ciaran pela Toscana, região do centro-norte da Itália, na noite da última quinta-feira (2). O fenômeno se abateu sobre a Península Itálica com chuvas torrenciais de até 190 milímetros e ventanias, deixando um rastro de destruição e vítimas – em sua maioria idosos – devido às inundações.

Segundo o diretor do consórcio entre o Conselho Nacional de Pesquisas e o governo da Toscana, Bernardo Gozzini, a chuva registrada no norte da região foi a mais forte em pelo menos 50 anos, mas o prefeito de Prato, Matteo Biffoni, disse que a tempestade no município não tem igual em ao menos “dois séculos”.

Meteorologistas preveem que o mau tempo provocado pela Ciaran deve durar pelo menos até domingo (5), com um breve intervalo na manhã deste sábado (4). “Jamais tínhamos registrado tanta chuva em tão pouco tempo. Aquilo que aconteceu na Toscana tem um nome claro: mudanças climáticas”, afirmou o governador Eugenio Giani, que declarou estado de emergência na região.

Já a premiê Giorgia Meloni expressou seu “profundo luto” pelas vítimas do mau tempo. “Acompanho com apreensão a evolução dos eventos calamitosos que atingiram a Toscana”, acrescentou a primeira-ministra.

Meloni também determinou a destinação imediata de 5 milhões de euros (R$ 21 milhões) para medidas emergenciais na região. 

Vítimas identificadas

Enquanto socorristas ainda buscam dois desaparecidos em Campi Bisenzio, na província de Florença, cinco vítimas foram identificadas pelo governador Eugenio Giani nesta sexta.

Entre os mortos estão uma mulher de 84 anos que faleceu de ataque cardíaco enquanto tentava tirar a água de sua casa e um homem de 85 encontrado sem vida em sua residência inundada, ambos em Montemurlo, na província de Prato.

Outra vítima é um idoso morto em um asilo de Rosignano, nos arredores da cidade portuária de Livorno.

“Caíram 155 milímetros de chuva em poucas horas, um evento que não acontecia havia pelo menos dois séculos”, disse o prefeito de Prato, Matteo Biffoni, que alertou que o mau tempo deve continuar. “Só saiam de casa para questões importantes”, pediu.

Já o governador Giani conversou por telefone com a premiê da Itália, Giorgia Meloni, para o governo nacional decretar estado de calamidade, instrumento que agiliza a liberação de verbas para responder à emergência.

“Acompanho com apreensão a evolução dos eventos calamitosos que atingiram a Toscana e expresso meu profundo luto e do governo pelas vítimas”, disse a primeira-ministra.

Diversos municípios também fecharam escolas nesta sexta-feira, enquanto o andar térreo de um hospital em Pontedera, na província de Pisa, foi inundado, forçando a suspensão de cirurgias.

Onda de mau tempo isola ilha de Capri

A ilha de Capri, concorrido destino turístico do sul da Itália, está isolada por conta da onda de mau tempo que se abate sobre o país desde a última quinta-feira (2).

Capri, por sua vez, não registra fatalidades, mas as viagens de barco entre a ilha e a Península Itálica foram suspensas por conta das fortes chuvas e ventanias.

A última embarcação a atracar em Capri foi uma balsa originária de Nápoles, às 19h40 (horário local) de quinta, enquanto a última partida da ilha foi registrada às 20h15.

Na manhã desta sexta (3), turistas foram com suas malas para o cais de Capri, mas não encontraram barcos disponíveis para fazer a travessia.

A suspensão das conexões marítimas com Nápoles também afetou a mudança de turno em órgãos públicos, hospitais e quartéis dos bombeiros, bem como o abastecimento de itens de primeira necessidade na ilha. (com dados de agências internacionais)