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Nova cepa do coronavírus exige estudos que comprovem que ele é mais contagioso, dizem especialistas

21 de dezembro de 2020 - Por Comunità Italiana
Nova cepa do coronavírus exige estudos que comprovem que ele é mais contagioso, dizem especialistas

Mutações são esperadas em qualquer vírus. As mudanças ocorridas no Reino Unido preocupa, contudo, pela quantidade de mutações encontradas na variedade do coronavírus que circula pelo país

O novo coronavírus passou por centenas de mutações desde que as primeiras infecções foram descobertas em Wuhan, na China, no final de 2019. A última mutação identificada ocorreu no Reino Unido, na semana passada.

Mudanças são esperadas em qualquer vírus, explica a médica imunologista e professora da Faculdade de Medicina da USP, Ester Sabino.

“É tudo o mesmo vírus que se originou da China. Com o tempo, como qualquer ser vivo, vão sendo adquiridas mutações. E são formadas novos subgrupos”, explica Sabino.

O que preocupa os cientistas nesta nova mudança no vírus, contudo, foi a quantidade de mutações encontradas na variedade do coronavírus que circula pelo Reino Unido.

“Essa linhagem [que circula no Reino Unido], que é chamada B117, tem 23 variações. Ela deu um salto muito grande em relação a variante anterior. E tem um problema que algumas dessas mutações são exatamente na região de ligação do vírus com o receptor da célula, receptor é o lugar onde o vírus entra na corpo humano”, aponta Sabino, explicando que a mutação nestas regiões do vírus podem turbinar a transmissão da Covid-19.

No sábado (19) o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que a nova mutação de coronavírus localizado no Reino Unido pode ser até 70% mais transmissível, segundo análise preliminar.,

Para a microbiologista da USP, Natalia Pasternak, ainda não há dados e evidências que mostrem que a nova mutação do coronavírus encontrada no Reino Unido é mais contagiosa e mortal.

“Precisa se estudado. Não é porque apareceu uma mutação ali que automaticamente o vírus se torna mais contagioso ou mais perigoso”, diz Parternak.

Quanto às vacinas em testes contra o coronavírus, o virologista e professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Maurício Nogueira, explica que é pouco provável que a nova variedade irá afetar a eficácia dos imunizantes em produção.

“Essas mutações são em ponto específicos, e as vacinas tendem a ter ação contra diversas partes do vírus. Então não existe nenhuma evidencia até o momento que essas vacinas não irão funcionar, e alguma vacinas como a própria Coronavac, que é contra o vírus completo, tem ainda uma proteção ainda maior para mutações. Então isso não é uma preocupação para esse momento”, explica Mogueira.

No Brasil, os cientistas sequenciaram mais de mil e quinhentas amostras do coronavírus e encontraram 40 linhagens diferentes circulando pelo país, mas nenhuma delas diz respeito às mudanças identificadas no Reino Unido, segundo uma plataforma online onde são compartilhados dados sobre a Covid-19.

“Aparentemente não teve uma expansão dessa mutação aqui ainda”, afirma Sabino.

Nova cepa

Na segunda-feira (14), o ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, disse que mais de mil casos de Covid-19 associados a uma nova variante do Sars-Cov-2 foram identificados na Inglaterra.

A Itália detectou, no domingo (20), o primeiro caso de infecção pela nova cepa do coronavírus identificada pela primeira vez no Reino Unido, que pode ser mais contagiosa. A descoberta aconteceu após o país decidir suspender voos vindos do Reino Unido.

O Ministério da Saúde italiano informou que a infecção pela nova cepa foi detectada em um paciente no hospital militar Celio, em Roma.

O paciente voltou há pouco tempo do Reino Unido. Ele e seus familiares estão em quarentena, segundo o comunicado.

O ministro das Relações Exteriores, Luigi di Maio, publicou um comunicado para falar sobre a suspensão de voos vindos do Reino Unido.

“O Reino Unido lançou um alerta sobre uma nova forma de Covid-19 que seria o resultado de uma mutação do vírus. Como governo, temos o dever de proteger os italianos e, por essa razão, vamos assinar com o ministro da Saúde um decreto para suspender os voos com o Reino Unido”.

Ele não especificou quando a medida entrará em vigor.

No sábado (19), o primeiro-ministro britânico Boris Johnson sobre o reconfinamento de Londres e partes do sudeste da Inglaterra até 30 de dezembro.

O líder britânico relacionou o aumento de casos de Covid-19 nessas áreas com a nova cepa do coronavírus descoberta por lá que, segundo ele, poderia ter até 70% mais infecciosa.

Por conta disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu aos seus membros europeus neste domingo para “reforçar seus controles”. (com dados do G1)

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.

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