Ministro italiano diz que país conseguirá enfrentar inverno com níveis de gás atuais

A Itália conseguirá passar pelo inverno com os atuais níveis de armazenamento e fluxo de gás, a menos que haja “eventos catastróficos”, disse o ministro da Energia do país no domingo (2). “Temos gás armazenado até mais de 90% (da capacidade)”, disse Roberto Cingolani à emissora de televisão estatal ‘Rai 3’, acrescentando que gás ainda estava fluindo à Itália, que também pode contar com um plano de economia antes do inverno.
“Nossas simulações mostram que, se não houver eventos catastróficos como meses de inverno muito frios ou outros desenvolvimentos da guerra (na Ucrânia), estamos cobertos para o inverno”, disse.
“O problema neste momento não é disponibilidade (do gás), mas (seu) preço”, disse Cingolani, acrescentando que Roma destinou outros recursos para garantir níveis de armazenamento entre 92% e 93% para poder ser flexível nos períodos de pico da temporada de inverno.
A companhia de energia Eni, maior importador de gás russo na Itália, disse no domingo que não receberia nenhum gás que havia solicitado da russa Gazprom para segunda-feira, após outro alerta que havia feito na véspera. Em nota, a empresa disse ainda que a situação deve permanecer a mesma até 4 de outubro.
A interrupção aumentou as tensões causadas por vazamentos encontrados semana passada nos gasodutos Nord Stream 1 e 2 que ligam a Rússia à Alemanha, que tanto o Kremlin quanto o Ocidente atribuíram à sabotagem.
O plano da ENI para a melhoria e diversificação do abastecimento de gás à Itália permitirá substituir progressivamente os mais de 20 bilhões de metros cúbicos por ano de volumes de gás importados de Moscou até ao ano passado pelo grupo.
Quanto ao gás por gasoduto, já estão chegando suprimentos adicionais da Argélia, de onde a Itália está recebendo picos diários em volumes superiores a 80 milhões de metros cúbicos.
Do país do norte da África, chegarão progressivamente mais 6 bilhões de metros cúbicos entre agora e o próximo ano, que atingirão 9 bilhões entre 2023 e 2024, dobrando as importações da ENI da Argélia de 9 para 18 bilhões de metros cúbicos em 2024.
Neste inverno, a Itália poderá contar com aproximadamente 4 bilhões de metros cúbicos adicionais do norte da Europa e os primeiros suprimentos adicionais de GNL, em particular do Egito.
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Além disso, a partir da próxima primavera, todo o gás natural liquefeito adicional de países como Egito, Catar, Congo, Angola e Nigéria começará a chegar de forma importante, para um total de 4 bilhões em 2023 e 7 bilhões em 2024.
Ao todo, aproximadamente 10 bilhões de metros cúbicos adicionais já estarão disponíveis neste inverno (mais de 50% do gás russo no portfólio da ENI), um adicional de 17 bilhões de metros cúbicos será ultrapassado entre 2023 e 2024 (aproximadamente 80%), e então chegará a 22 bilhões no inverno de 2024-2025 (excedente em relação ao gás russo), com o peso do GNL que aumentará gradualmente.