Itália volta a pressionar a UE contra alertas sobre consumo de álcool em vinhos na Irlanda

O ministro da Agricultura e Soberania Alimentar da Itália, Francesco Lollobrigida, voltou a pressionar a União Europeia nesta segunda-feira (30) por conta da liberação para que a Irlanda adicione um alerta sobre os problemas relacionados ao consumo de álcool em garrafas de vinhos e cervejas. Às margens da reunião europeia dos representantes da Agricultura, Lollobrigida se reuniu com seu homólogo irlandês, Charlie McConalogue, para discutir pessoalmente o tema.
“Nós explicamos as nossas razões sobre o que deve ser um sistema de informação correto que explique que o excesso de álcool, como o excesso de qualquer outra coisa, levam a danos, mas que isso não pode se tornar um estigma para alguns produtos que, ingeridos de maneira moderada, podem ser fator de bem-estar. E, para nós, o vinho é isso”, disse aos jornalistas após o encontro.
O representante italiano ainda informou que conversou com “os ministros da Espanha e da França” para a elaboração de um documento comum “que será apoiado também por outras nações envolvidas diretamente” na produção do vinho.
“Falei com o colega grego, com o português, para ter uma posição comum que foque em informar corretamente, mas não prejudicar produtos reduzindo-os a apenas um aspecto”, acrescentou ainda Lollobrigida.
“Para nós italianos, o vinho é importante do ponto de vista de mercado e não escondemos isso. Acredito que a Europa precisa dar um salto de qualidade e ser sempre mais capaz de respeitar as culturas e as tradições ligadas à enogastronomia, olhando para os produtos em sua aceitação mais ampla”, finalizou.
A polêmica entre Itália e Irlanda começou no início desse mês, após o prazo para a Comissão Europeia se manifestar sobre a decisão irlandesa acabar e não haver objeções do bloco à implementação da medida. As etiquetas, que serão adicionadas em todos os tipos de bebidas alcoólicas vendidas no país, alertam que o consumo de álcool pode provocar “doenças no fígado” ou “tumores mortais”. (com dados da Ansa)