A Itália registrou nesta terça-feira (27) mais 10.404 casos e 373 mortes na pandemia de Covid-19, elevando os totais de contágios e óbitos para 3.981.512 e 119.912, respectivamente. O novo boletim do Ministério da Saúde traz uma queda nos casos e nas mortes em 24 horas em relação ao mesmo dia da semana passada, quando haviam sido contabilizados 12.074 diagnósticos positivos e 390 óbitos.
O país ainda soma pouco mais de 3,4 milhões de pacientes curados e 448.149 casos ativos, cifra mais baixa desde 4 de março. A média semanal de novas internações em UTIs apresenta redução de 44% em um mês, e o número de pacientes em leitos de terapia intensiva atualmente (2.748) é 24% menor do que em 27 de março.
Até o momento, já foram aplicadas cerca de 18,3 milhões de vacinas anti-Covid na Itália, sendo que quase 5,4 milhões de pessoas, 9% da população nacional, tomaram as duas doses da AstraZeneca, da Pfizer ou da Moderna ou a dose única da Janssen e completaram o ciclo de imunização.
Cresce pressão por fim de toque de recolher
A melhora dos números da pandemia fez aumentar a pressão para o primeiro-ministro italiano Mario Draghi revogar o toque de recolher noturno em vigor no país há quase seis meses.
Desde 5 de novembro, ainda na gestão de Giuseppe Conte, o governo italiano proíbe as pessoas de saírem de casa entre 22h e 5h, independentemente da região de residência, a não ser por motivos de trabalho, saúde ou urgência.
A revogação do toque de recolher é uma bandeira da oposição a Draghi, hoje praticamente restrita ao partido de extrema direita Irmãos da Itália (FdI), mas também vem ganhando apoio dentro da coalizão governista.
O senador e ex-ministro do Interior Matteo Salvini, líder da legenda de ultradireita Liga, já se recusou a votar o decreto que permitiu a reabertura de restaurantes, museus e cinemas na maior parte do país porque o texto não estabelece prazo para o fim de toque de recolher.
Mas o pleito pelo fim da restrição já vai além da extrema direita. “É obvio que o toque de recolher deve ser revisto. Todos sabem disso e, de forma privada, todos o dizem. Assim não faz sentido. O toque de recolher deve ser revogado nos próximos dias, ou então reduzido”, disse o ex-primeiro-ministro e senador Matteo Renzi, líder do partido de centro Itália Viva (IV) e artífice da queda de Conte.
“Dar de presente essa batalha para Salvini é, a meu ver, um erro político. Acham que, provocando-o sobre o toque de recolher, Salvini vai reagir por impulso e sair da maioria, mas ele sequer pensa nisso”, acrescentou – nos últimos dias, o líder do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), o também ex-premiê Enrico Letta, instou Salvini a decidir se é governo ou oposição.
Um pedido do FdI para abolir o toque de recolher foi rejeitado pela Câmara dos Deputados nesta terça, com a abstenção da Liga. Por outro lado, a base aliada entrou em acordo para aprovar uma moção que empenha o governo Draghi a revisar a restrição de circulação noturna em maio.
O primeiro-ministro, que concede raras entrevistas, ainda não expressou seu posicionamento a respeito do toque de recolher. (com dados da Ansa)