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Itália recorda 80 anos da batida contra judeus em Roma

17 de outubro de 2023 - Por Comunità Italiana
Itália recorda 80 anos da batida contra judeus em Roma

A Itália recordou na segunda-feira (16) o aniversário de 80 anos da batida contra judeus promovida pelas forças nazifascistas no Gueto de Roma, uma das páginas mais tristes da história nacional, em 16 de outubro de 1943. Ao todo, 1.259 pessoas, incluindo 689 mulheres, 363 homens e 207 crianças, foram obrigadas a abandonar suas casas para ser deportadas para campos de concentração e extermínio. Apenas 16 sobreviveram à guerra, sendo 15 homens e uma mulher, Settimia Spizzichino, morta em 2000.

“Uma atrocidade que marcou para sempre a história da povo italiano e que deve servir de alerta para que nada semelhante volte a acontecer, mesmo sob outros disfarces”, afirmou a premiê da Itália, Giorgia Meloni, que no passado expressou posições simpáticas a Benito Mussolini, o ditador fascista responsável pelas deportações de judeus no país.

Em nota divulgada pelo Palazzo Chigi, Meloni definiu o episódio de 80 anos atrás como “um dos crimes mais hediondos que a história italiana já conheceu”, no qual “os nazistas, com a cumplicidade fascista, desencadearam uma cruel caçada humana na capital”.

Por ocasião da celebração, a líder italiana recebeu o presidente da Comunidade Judaica de Roma, Victor Fadlun, na sede do governo em Roma.

A data também foi lembrada pelo prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, que depositou uma coroa de flores na Sinagoga de Roma e afirmou que “80 anos se passaram desde a feroz prisão dos judeus do gueto de Roma”, tragédia considerada “uma ferida profunda na história da nossa cidade e de todo o país”.

“Essa data deve ficar gravada em nossa memória, para que uma barbárie sem precedentes nunca mais aconteça”, acrescentou ele.

Ontem, o gueto de Roma realizou uma série de eventos em memória das vítimas, além de homenagear os reféns mantidos em Gaza pelo grupo fundamentalista islâmico Hamas, em meio à guerra com Israel, com fotos nas paredes das ruas.

Uma procissão desfilou pelas ruas da capital, desde o Campidoglio até ao espaço aberto no coração do gueto que leva o nome daquela data trágica: 16 de Outubro de 1943.

Ao lado dos muitos jovens, os sobreviventes de Auschwitz Sami Modiano e Tatiana Bucci também marcham pelas ruas do gueto, enquanto cartazes de pessoas desaparecidas feitas reféns em Israel apareciam em algumas grades.

As autoridades locais reforçaram a segurança para tentar evitar qualquer possível ataque contra o evento motivado pela guerra entre Israel e Hamas. Também está previsto uma cerimônia na qual o presidente da Itália, Sergio Mattarella, colocará uma coroa de louros ao longo do muro que cerca a sinagoga, em um momento de memória, mas também de solidariedade com o povo israelense e as famílias das vítimas do conflito.

Reféns brasileiros e italianos em Gaza

O governo brasileiro espera a abertura do posto de Rafah para resgatar 28 cidadãos e não é o único que vive esse cenário.

“Hoje esperamos tirar da Faixa de Gaza os 10 a 12 italianos que vivem ali”, declarou o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani.

Roma também trabalha para a libertação de ítalo-israelenses que podem estar entre os cerca de 200 reféns mantidos pelo Hamas em Gaza, sendo um casal e um jovem que participava da rave atacada pelo grupo fundamentalista em 7 de outubro.

“Naturalmente, trabalhamos pela libertação de todos os reféns através da nossa diplomacia”, ressaltou Tajani.

Até o momento, o conflito já contabiliza cerca de 4,15 mil mortos, sendo 2,75 mil do lado palestino e 1,4 mil do lado israelense. Mais de 13 mil pessoas ficaram feridas. Entre as vítimas estão 14 funcionários da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (Unrwa) mortos em bombardeios israelenses em Gaza.

https://www.terra.com.br/noticias/mundo/egito-culpa-israel-por-nao-abertura-de-fronteira-em-rafah,0b8abb419faa749abda1718aa9f5db52x261blob.html?utm_source=clipboard

(com dados da Ansa)

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