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Itália dá mais um passo na luta contra a violência de gênero

04 de dezembro de 2024 - Por Comunità Italiana
Itália dá mais um passo na luta contra a violência de gênero

Ontem (3/12) o Tribunal de Veneza condenou o jovem Filippo Turetta, de 23 anos, à prisão perpétua pelo homicídio de Giulia Cecchettin, de 22. O caso ocorreu em novembro de 2023 e chocou toda a Itália, colocando sob holofotes a discussão sobre a violência de gênero no país.

Turetta confessou ter esfaqueado Giulia até a morte em 11 de novembro do ano passado, dias antes de ela se formar em engenharia biomédica na Universidade de Pádua. Ela foi dada como desaparecida no mesmo dia, após ter saído para comer com Turetta e parar de responder os amigos e a família. Seu corpo foi encontrado em uma ravina perto do Lago Barcis, na região de Friuli Veneza Giulia, uma semana depois. Turetta fugiu após abandonar o cadáver e foi preso na Alemanha, logo depois do corpo ser achado. Ao confessar o crime, disse ter matado Giulia porque ela não queria reatar o relacionamento amoroso entre os dois.

A sentença dos juízes do Tribunal de Justiça de Veneza foi proferida após 6 horas de deliberação e além da pena de prisão perpétua, a corte condenou o réu a indenizar Gino Cecchettin, pai da vítima, em 500 mil euros (R$ 3,2 milhões), Elena e Davide, irmãos da jovem, em 100 mil euros (R$ 640 mil) cada um, e a avó Carla Gatto e o tio Alessio em 30 mil euros (R$ 191 mil) cada. Além disso, Turetta terá de arcar com as despesas do processo.

Gino Cecchettin declarou após a audiência que a sensação “é que todos perdemos enquanto sociedade. Não estou mais aliviado nem mais triste em relação a ontem ou anteontem, é uma sensação estranha”. “Foi feita justiça, respeito isso, mas precisamos fazer mais como seres humanos. A violência de gênero deve ser combatida com prevenção. Como ser humano, me sinto derrotado”, acrescentou.

O crime causou consternação generalizada, em parte devido à brutalidade do assassinato, mas também pela juventude do agressor e da vítima. O pai de Giulia se tornou ativista contra a violência de gênero e lançou uma fundação com o nome da filha há cerca de 10 dias.

(Dados da Ansa, SkyTG24 e Mattino di Padova)

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