Um estudo da Associação para o Desenvolvimento da Indústria do Mezzogiorno (Svimez) mostrou que 1,8 milhão de pessoas deixaram o sul da Itália nos últimos 16 anos, sendo que metade deste número é formada por jovens. As informações são do jornal italiano “La Repubblica”
Apesar da região do “Mezzogiorno”, como é conhecido o sul da Itália, ter apresentado recuperação econômica entre 2015 e 2017, com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) similar ao do resto do país, que avançou 1,4% em 2017, o centro-norte ainda é o principal responsável pelos resultados positivos da economia italiana.
“Com a desaceleração da economia, as perspectivas para o sul pioram”, disse Adriano Giannola, presidente da Svimez. Giannola acredita que a recuperação dos últimos anos pode dar lugar a uma “temporada de incerteza”.
Em 2019, o Svimez espera uma forte desaceleração na economia da região, com crescimento do PIB estimado em 0,7%, frente ao 1,2% esperado para o centro-norte.
De acordo com Giannola, existem regiões dentro do sul com melhor desempenho que outras, como Campanha e Calábria, mas muitas, como a Sicília, “estão indo muito mal”. O presidente acrescenta que “se o investimento privado em 2017 no sul cresceu 3,9%, superando até mesmo o do centro-norte, o investimento fixo entre 2008 e 2017 caiu 7,1% no sul enquanto cresceu 0,5% no resto do país.
A pesquisa ainda aponta que, em 2017, a taxa de mortalidade superou a de natalidade no Mezzogiorno, o que tem relação com a saída dos jovens moradores e estrangeiros.
A Sicília, de acordo com o estudo, é a região mais afetada com o fenômeno. Na região, ocorre um fenômeno chamado de “working poor”, em que as pessoas estão empregadas, mas são consideradas pobres por terem salários baixos. O trabalho por meio período acaba sendo a única opção de emprego na região.
O relatório ainda aponta que, no sul, o emprego sobe, mas a níveis pequenos. Do total de 61 mil novas vagas em 2017, que representa um crescimento de 7,5%, a maior parte é de postos temporários, enquanto os por tempo indeterminado praticamente estagnaram, com aumento de 0,2%.
A pesquisa também avaliou itens como habitação, segurança, educação e saúde. Em um índice que vai de 0 a 100, em que 100 representaria a região com serviços públicos mais eficientes, a Campanha, com 61 pontos e Sardenha 60 foram as mais bem colocadas do sul, enquanto Calábria, com 39 e Sicília, com 40 são as últimas colocadas da relação. Todas as regiões ficaram abaixo da média nacional.