Mais de 100 imigrantes africanos ocuparam durante algumas horas a Catedral de Nápoles, em exigência de um lugar para se alojar, protesto que desencadeou enfrentamentos e a prisão de três pessoas, nesta segunda-feira.
Formavam parte do grupo reunido no Duomo 36 refugiados políticos e 76 solicitantes de asilo, em sua maioria procedentes da Costa do Marfim, de Gana e de Burkina Fasso
O grupo passou três noites sem teto após um incêndio atingir o edifício em que viviam, em Pianura, na periferia de Nápoles, 250 quilômetros ao sul de Roma.
Como as autoridades municipais não lhes forneceram um local para se alojar, o grupo decidiu ocupar a Catedral, de onde saíram quando a prefeita, Rossa Russo Iervolino, concordou em recebê-los.
Fontes do município informaram que a situação do grupo de imigrantes seria solucionada, mas não ofereceu detalhes, alegando razões de ordem pública.
A Igreja de Nápoles, por sua vez, fez um novo chamado à solidariedade com o sofrimento dos desabrigados.
Alguns distúrbios aconteceram durante a ocupação desta manhã, quando a polícia prendeu três pessoas, duas das quais foram liberadas mais tarde e um terceiro foi hospitalizado.
Uma das pessoas detidas foi a cabo-verdiana Celeste Ramos, sindicalista da União dos Trabalhadores Italianos, que relatou ter recebido maus-tratos da polícia. Os outros detidos foram Francisco Ramos, também de Cabo Verde, e Musa Boure, da Costa do Marfim, que foi medicado no hospital.
Na semana passada, o Conselho de Ministros italiano, chefiado pelo conservador Silvio Berlusconi, estendeu a todo território nacional o estado de emergência pela chegada de imigrantes ilegais e deu poderes extraordinários às autoridades regionais para tratar da imigração.
Fonte: Ansa
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