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Ilha italiana de Lampedusa lota de migrantes após novos desembarques

26 de julho de 2022 - Por Comunità Italiana
Ilha italiana de Lampedusa lota de migrantes após novos desembarques

A ilha italiana de Lampedusa continuou a receber um grande fluxo de migrantes na segunda-feira (25) após um fim de semana com uma série de chegadas, que lotaram o centro de acolhimento localizado na cidade. Segundo a última atualização, há 1.871 pessoas no chamado “hotspot”, que tem capacidade de acolhimento de apenas 350 pessoas. Até o momento, sete desembarques de barcos ilegais foram registrados no início da manhã de ontem.

Além disso, a ONG Ocean Viking informa que tem mais 268 pessoas resgatadas dentro de sua embarcação aguardando a orientação das autoridades italianas sobre onde desembarcar.

O fluxo de travessia voltou a aumentar durante o período e o governo da Tunísia, com quem a Itália tem um acordo sobre o tema, disse que chegou a bloquear “19 travessias das fronteiras marítimas” entre sábado (23) e domingo (24). Nesses bloqueios, 215 pessoas foram resgatadas, sendo 116 de diversas nacionalidades africanas e o restante são tunisianos.

Conforme a última atualização do Ministério do Interior da Itália, 34.013 migrantes chegaram ao país até 22 de julho – número maior do que os 25.552 que desembarcaram no mesmo período de tempo em 2021.

Desses, 6.209 são da Tunísia, 5.991 do Egito, 5.860 de Bangladesh, 3.292 do Afeganistão, 2.111 da Síria, 1.299 da Costa do Marfim, 984 da Eritreia, 918 da Guiné, 762 do Irã, 692 do Paquistão e 5.895 de outras nacionalidades.

Itália prende 5 após migrantes morrerem de sede e calor

As autoridades italianas prenderam na segunda-feira (25) cinco supostos contrabandistas que usaram um barco de pesca para transportar 674 migrantes, dos quais 179 chegaram a Messina, incluindo cinco mortos.

De acordo com o Ministério Público, cinco egípcios, com idades entre 21 e 28 anos, são acusados de crimes de auxílio à imigração ilegal e morte em consequência de outro crime.

Testemunhas relataram ter sido espancadas com paus e correias durante a viagem, enquanto que as vítimas morreram em decorrência de desidratação ligada ao calor extremo e à falta de água potável, fortemente racionada a bordo.

As prisões foram realizadas pela equipe móvel da Delegacia de Polícia e pela Guarda de Finanças. Os migrantes e os corpos das cinco vítimas chegaram ontem de manhã ao cais de Nuremberg, em Messina, a bordo de dois barcos-patrulha.

Todos os migrantes estavam em um barco de pesca que foi resgatado no Mediterrâneo e depois levado para os portos de Messina, Siracusa, Catânia e Crotone.

As investigações, baseadas nos relatos de testemunhas, permitiram reconstituir que os migrantes, após cerca de um mês de permanência numa casa na costa da Líbia, tentaram atravessar o Mediterrâneo no barco de pesca, que partiu na noite de 19 de julho.

Durante a travessia, os tripulantes desligaram subitamente os motores e pediram socorro, com um aparelho de satélite do qual se desfizeram, jogando-o ao mar. Os migrantes afirmaram que foram espancados a bordo com paus e correias também como reação ao pedido de comida e água.

Segundo a promotoria de Messina, “os recursos hídricos e alimentares foram desumanamente racionados, a ponto de os migrantes serem obrigados a partilhar uma xícara de café cheia de água entre 10” pessoas.

Devido ao calor extremo e à falta de água potável, muitos deles, conforme os relatos, disseram que “viram os seus companheiros de viagem morrerem de calor e desidratação, tendo sido todos obrigados a beber até a água do mar e do motor”.

Uma testemunha informou ainda que os membros da tripulação do barco de pesca atribuíram a um migrante a tarefa de gerir e racionar o abastecimento de água potável e quando este se recusou a fazê-lo ou não usou o devido cuidado e atenção, foi violentamente espancado e os migrantes sofreram mais racionamento progressivo de água potável. (com dados da Ansa)

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