O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, anunciou nesta terça-feira que a próxima reunião do G8 (grupo dos sete países mais ricos e a Rússia), marcada para ocorrer na ilha italiana da Sardenha, irá contar com a participação de seis outros países, entre eles o Brasil e o México.
"Aos oito países que tradicionalmente formam o G8 se unirão seis países: Índia, México, Egito, África do Sul, Brasil e China", disse Berlusconi, que exerce desde o último dia 1º de janeiro a presidência de turno do grupo, durante uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente do Egito, Hosni Mubarak, no Palácio Chigi (sede do governo italiano).
A participação do Brasil na cúpula, que ocorre nos dias 8, 9 e 10 de julho, vinha sendo colocada em dúvida devido à atual crise diplomática com a Itália, gerada pela concessão de refúgio político ao ex-ativista Cesare Battisti.
A informação da inclusão do Brasil na próxima reunião do G8 havia sido ventilada hoje pelo embaixador da Itália no Brasil, Michele Valensise. Em um artigo publicado na imprensa brasileira, o diplomata havia afirmado que a Itália pretende "passar das palavras aos fatos" na tentativa de tornar o grupo mais "eficaz e representativo". Para isso, segundo ele, o país iria propor "a superação do simples diálogo para incluir plenamente os membros do G5 (Brasil, China, Índia, México e África do Sul) nos trabalhos da cúpula já a partir do segundo dia".
Esta informação, contudo, haviam sido contestada pelo ministro da Defesa italiano, Ignazio La Russa, que comentou: "não digo que isto não possa acontecer, mas digo que até agora não falamos disso, nem no Conselho de Ministros e nem em outro lugar".
La Russa é um dos líderes da política italiana que mais se mostrou contrariado com a decisão do ministro da Justiça brasileiro, Tarso Genro, de conceder no último dia 13 o status de refúgio político a Battisti, condenado à prisão perpétua em seu país por quatro assassinatos.
Ele foi também um dos principais entusiastas da ideia de cancelar o amistoso entre as seleções de futebol de Brasil e Itália, que acontece hoje em Londres. O ato serviria como um protesto ante a postura do governo brasileiro.
Michele Valensise, por sua vez, chegou a ser chamado a Roma para consultas pelo chanceler italiano, Franco Frattini. A medida, que na diplomacia representa o agravamento de um conflito bilateral, foi tomada em consequência da grave desatada pelo caso Battisti.
Fonte: Ansa
Leia também outras matérias da nossa revista.
Comentários