O encontro de chefes de Estado do G-20 começa nesta segunda-feira, 18/11, no Rio de Janeiro, com alguns conflitos a serem considerados. O evento é o ponto máximo de uma série de reuniões, debates e encontros realizados desde dezembro do ano passado, quando o Brasil assumiu a presidência rotativa do grupo. Mas há uma sombra pesada da influência de Donald Trump, o presidente eleito dos Estados Unidos, e da divergência entre os países a respeito das guerras na Ucrânia e no Oriente Médio.
O Governo brasileiro estava apostando no evento para assumir protagonismo global, com mais de 270 agendas organizadas por movimentos sociais, grupos de engajamento, organismos internacionais, conselhos, universidades, governos, setor privado, dentre outros, do Brasil e do exterior, mas pode ser ofuscado pelas diferenças entre os países.
O intuito das discussões é promover mudanças na governança internacional, tornando-a mais eficiente e com espaço para países emergentes. A agenda vai abordar a modernização das instituições internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio (OMC), a reforma da governança global, e temas importantes para a economia global.
A Argentina, que compartilha posições com Trump, ameaça constranger a presidência brasileira e não aceitar uma declaração final conjunta e optar por um comunicado fragmentado. Ambos os cenários significariam um fracasso diplomático.
Sobre o texto produzido pelo encontro, a tendência é que Israel e Rússia, dois dos países envolvidos e militarmente mais poderosos nas duas guerras em andamento, não sejam citados. A palavra “guerra” também não é mencionada na mais recente versão do texto, ainda passível de mudanças. O termo usado agora é “conflito”. As iniciativas foram tomadas justamente para diminuir a tensão e as chances de desacordos.
O Itamaraty afirma que o recado principal do G20 deve ser a busca da paz. A discussão é um dos temas mais complexos.
O Brasil estabeleceu os três pilares de discussão: combate à fome e à pobreza; reforma dos organismos de governança internacional; e transição energética e desenvolvimento sustentável. Sendo o primeiro tópico da agenda tende a ser o único que terá avanço concreto.
Hoje, segunda-feira, 18/11, tem como principal tema a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. Amanhã, terça-feira, 19/11, o principal tema em debate é o desenvolvimento sustentável e a transição energética.
Confira a programação prevista desta segunda (18) para a cúpula do G20
- 08h30 às 10h: Chegada dos líderes e recepção pelo Presidente da República e Primeira Dama
- 10h às 13h: Lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza
- 13h às 14h: Almoço de Trabalho
- 14h30 às 18h: Sessão 2 – Reforma da Governança Global
- 18h às 20h: Recepção Oficial do Presidente Lula e Primeira Dama para os Líderes
(Dados da Ansa, Estadão, G1 e CNN Brasil)