O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta quarta-feira, 27/11, sua determinação em assinar o acordo entre Mercosul e União Europeia ainda neste ano, apesar da oposição da França. As divergências aumentaram após uma declaração do CEO global do Carrefour, que afirmou, em comunicado, que a rede não compraria mais carne da América do Sul na França, questionando a qualidade do produto produzido por aqui.
Lula afirmou, durante evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Brasília, que vai fazer o acordo do Mercosul com a UE, “não tanto pela questão financeira, mas porque estou há 22 anos nisso, e nós vamos concretizar”. “Se os franceses não quiserem o acordo, eles não apitam mais nada; quem apita é a Comissão Europeia. A Ursula von der Leyen tem procuração para fazer o acordo, e eu pretendo assinar neste ano ainda e tirar isso da minha pauta”, acrescentou.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também mostrou otimismo quanto à assinatura do acordo comercial, mesmo em meio à escalada da “guerra da carne”. O ministro revelou que discutiu o acordo UE-Mercosul com o presidente da França durante a recente Cúpula do G20 no Rio de Janeiro. Questionado sobre o boicote de frigoríficos brasileiros, como a gigante JBS, ao Carrefour, Haddad afirmou se tratar de uma “reação justificável a esse tipo de declaração”, referindo-se às críticas do CEO da empresa francesa, Alexandre Bompard, às carnes do Mercosul.
Apesar da oposição de Paris, diplomatas dos dois blocos negociam a possibilidade de assinatura do acordo na próxima cúpula semestral dos presidentes do Mercosul, na semana que vem, no Uruguai.
(Dados da Ansa, G1 e CNN Brasil)