O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, se reuniu na última quinta-feira (16) com o atual chefe da diplomacia do Partido Comunista Chinês, Wang Yi, e cobrou ajuda da China pela paz na Ucrânia. Em encontro na sede da Farnesina, o vice-premiê italiano ressaltou a necessidade de o governo chinês exercer pressão sobre Moscou para favorecer as condições de uma “paz justa”, por meio de apoio à diplomacia, sanções eficazes, assistência humanitária e justiça para as vítimas.
“A China deve desempenhar um papel fundamental na busca pela paz. Estamos certos de que Pequim está pronta para se comprometer nesse sentido”, acrescenta Tajani.
De acordo com comunicado oficial, sobre os temas bilaterais, o ministro italiano confirmou a sua vontade de retomar o diálogo bilateral, no quadro de um relançamento mais alargado da relação entre a União Europeia e a China, tanto no campo econômico-comercial quanto no dos direitos humanos, um tema prioritário na agenda de política externa da Itália.
Além disso, os dois destacaram a importância da dimensão cultural na relação bilateral, demonstrada pelo sucesso dos eventos organizados na China durante o “Ano Itália-China da Cultura e Turismo 2022”.
O chanceler também expressou seu apreço pelo aumento das exportações da Itália em 2022, que cresceu 5% em relação ao ano anterior, lembrando a importância de reequilibrar a balança comercial com a China e melhorar as condições de acesso das empresas italianas ao mercado chinês.
“A China está disposta a importar mais produtos italianos de alta qualidade e espera que a Itália forneça às empresas chinesas um ambiente comercial equânime, transparente e não discriminatório”, afirmou Wang na reunião, segundo a diplomacia de Pequim.
O encontro com Tajani ocorreu como parte de um tour do dirigente do PCC pela Europa, e também serviu para discutir a guerra na Ucrânia.
Já na sexta (16), Wang foi recebido pelo presidente da Itália, Sergio Mattarella, o qual também cobrou que a China use sua influência para favorecer negociações de paz na Ucrânia.
Segundo informações de bastidores, o chefe de Estado fez um convite para que Pequim faça valer seu peso para alcançar o fim da guerra russo-ucraniana. Wang, por sua vez, se concentrou na relação comercial com a Itália e disse que a China está pronta para “reforçar” as importações de produtos “made in Italy”.
Adoção
Em relação à adoção de crianças chinesas por famílias italianas, os ministros italiano e chinês concordaram com os avanços realizados nos últimos meses para a reabertura gradual das fronteiras após a melhora da situação pandêmica e confirmaram seu compromisso de continuar a busca por uma solução que permite concluir os processos de adoção já iniciados. (com dados da Ansa)