A procuradora disse ainda que o governo brasileiro tem até 20 dias, prorrogáveis a pedido das autoridades do Brasil, para enviar o pedido de extradição de Cacciola.
“Aguardamos o pedido de extradição do Brasil. Normalmente a decisão do governo de Mônaco é muito rápida”, diz a procuradora , que pediu a prisão do ex-dono do banco Marka.
Segundo a procuradora, como Cacciola teve prisão preventiva decretada no fim de semana, os advogados dele não puderam apresentar a sua defesa e a audiência foi marcada para terça-feira.
De acordo com a representante do Ministério Público monegasco, as chances de Cacciola ser libertado nesta terça-feira, pela Justiça, após expor a sua defesa, “são pequenas”.
“Mônaco integra a Convenção Internacional da Interpol e a Justiça deve cumprir os procedimentos relativos ao mandado de prisão internacional lançado pelas autoridades brasileiras”, diz ela, ressaltando, no entanto, que “juridicamente a libertação é possível”.
Brunet-Fuster pediu a prisão de Cacciola após ter sido informada pela polícia monegasca de que ele estava hospedado em um hotel do principado.
Lista
“A polícia de Mônaco controla as listas de hóspedes dos hotéis. Os policiais descobriram que Cacciola estava fichado pela Interpol e que existia contra ele um mandado de prisão internacional visando a uma extradição”, diz ela.
Segundo uma fonte do governo monegasco ouvida pela BBC Brasil, o ex-banqueiro, foragido desde 2000 na Itália, foi preso no último sábado na praça do Cassino de Mônaco às 10h50 locais (5h50, em Brasília).
Com a descoberta de que Cacciola estava em Mônaco, os policiais localizaram o ex-banqueiro, que teve sua prisão preventiva imediatamente decretada.
A procuradora afirma ainda que o fato de não existir uma convenção de extradição entre Mônaco e o Brasil não representa um problema para que Cacciola possa ser extraditado.
“Mônaco possui leis próprias para procedimentos de extradição, e mesmo que não exista uma convenção com o país isso não impede que alguém possa ser extraditado."
Após a decisão, Cacciola poderá recorrer ao Tribunal de Recursos de Mônaco.
Cacciola foi condenado em 2005 a 13 anos de prisão pela Justiça do Rio de Janeiro por crimes de peculato (utilização do cargo para apropriação de dinheiro) e gestão fraudulenta do banco Marka.
Ele estava foragido na Itália desde 2000.
Fonte: BBC Brasil