O ex-presidente italiano, Giorgio Napolitano, que já foi comunista e ajudou seu país a navegar uma crise da dívida em 2011, morreu na sexta-feira (22) aos 98 anos. Condolências chegaram do gabinete da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, outros políticos e do Vaticano, entre outros.
“Recordo com gratidão as reuniões pessoais que tive com ele, durante as quais apreciei sua humanidade e visão em fazer escolhas importantes com retidão, especialmente em momentos delicados para a vida do país”, escreveu o papa Francisco em um telegrama de condolências à esposa de Napolitano, Clio Bittoni.
A presidência italiana é geralmente cerimonial, mas Napolitano usou seus poderes no fim de 2011 para evitar uma crise ao nomear o ex-tecnocrata da Comissão Europeia, Mario Monti, para liderar o governo, após a renúncia do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, em uma disputa por cortes de gastos.
Dois anos depois, quebrou outro impasse ao instalar uma grande coalizão sob o comando do político de centro-esquerda Enrico Letta, após uma eleição parlamentar inconclusiva.
Napolitano assumiu o cargo de presidente em 2006 e foi eleito para um inédito segundo mandato de sete anos em 2013. Renunciou em 2015, citando sua idade.
Durante a carreira política iniciada na década de 1950, foi eleito para os parlamentos italiano e europeu e serviu como ministro do Interior e presidente da casa baixa do parlamento.
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“Estadista de grande porte, Giorgio Napolitano foi o primeiro presidente da Itália a ser reeleito, em 2013. Sua contribuição para as relações internacionais foi marcada pela defesa dos direitos humanos e pelo compromisso com o multilateralismo”, diz um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores.
“O governo brasileiro expressa condolências ao povo e ao governo italianos, bem como aos familiares e amigos do falecido presidente e senador emérito da Itália”, acrescenta a nota.
Napolitano foi o 11º presidente na história da República Italiana e o primeiro a ser reeleito para um segundo mandato, abrindo um precedente que seria seguido por seu sucessor, Sergio Mattarella.
Ex-membro do Partido Comunista Italiano (PCI), ele chefiou o Estado entre maio de 2006 e janeiro de 2015, quando renunciou ao cargo devido à idade avançada.
Ao longo desse período, foi uma figura de garantia institucional e estabilidade em um dos momentos mais complicados da história republicana da Itália: a crise do euro, quando Napolitano pressionou pela renúncia do então premiê Silvio Berlusconi e bancou um governo técnico guiado pelo economista Mario Monti.
Ele também foi presidente da Câmara dos Deputados (1992-1994), ministro do Interior (1996-1998) e ministro da Defesa Civil (1996-1998), além de parlamentar por quase 40 anos. (com dados de agências internacionais)