O Ministério Público de Florença encerrou nesta terça-feira (19) as investigações sobre supostas irregularidades no financiamento da Open, fundação criada para apoiar as iniciativas políticas do ex-premiê italiano Matteo Renzi, entre 2012 e 2018. Com isso, 11 pessoas foram indiciadas, incluindo o líder do partido Itália Viva (IV), a atual líder do IV na Câmara, Maria Elena Boschi, o deputado do Partido Democrático (PD) Luca Lotti, o ex-presidente da Open Alberto Bianchi e o empresário Marco Carrai, além de quatro empresas.
Entre os supostos crimes cometidos estão financiamento ilegal de partidos políticos, corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influências.
De acordo com a acusação, Renzi, Boschi e Lotti teriam recebido cerca de 3,5 milhões de euros entre 2014 e 2018 da fundação Open para apoiar as atividades políticas, cometendo crime de financiamento ilegal de partidos.
A procuradoria explica que o ex-premiê é acusado do crime de financiamento ilícito de partidos por ter sido o diretor “de fato” da própria fundação.
Lotti, por sua vez, é investigado por corrupção por ter pressionado para que fossem aprovadas no Parlamento disposições legislativas a favor da concessionária de autoestradas Toto Costruzioni spa e da gigante American Tobacco, em troca de fundos para a Open. Na época, ele ocupava o cargo de subsecretário do então premiê da Itália e de secretário da Comissão Interministerial de Planejamento Econômico (CIPE).
De acordo com o procurador-adjunto Luca Turco e o deputado Antonino Nastasi, responsáveis pelo inquérito, o grupo Toto teria pago 800 mil euros ao então presidente da Open. Desta quantia, Bianchi teria dado 200 mil euros para a fundação e outros 200 mil à comissão para garantir o “Sim” no referendo sobre a reforma constitucional.
As investigações sobre o suposto financiamento ilícito foram iniciadas em setembro de 2019, quando o Ministério Público apreendeu o acervo da Fundação Open, ativa de 2012 a 2018, ano em que foi extinta. A instituição nasceu para apoiar algumas atividades políticas, incluindo a ascensão de Renzi de líder do Partido Democrático a premiê da Itália.
Para Renzi, o fim do inquérito sobre o caso Open é “realmente excelente” depois de “dois anos incessantes de investigações e buscas julgadas ilegítimas”.
“Finalmente chega o momento em que passamos do esgoto do justicialista à civilização do julgamento. E é aí que os fatos e a lei finalmente contam. No final desta história escandalosa a verdade emergirá: não há financiamento ilegal”, enfatizou o ex-premiê italiano. (com dados da Ansa)