Ex-premiê da Itália, Enrico Letta se candidata a líder do Partido Democrático

O ex-primeiro-ministro da Itália Enrico Letta, de 54 anos, anunciou nesta sexta-feira (12) sua candidatura a secretário do Partido Democrático (PD), maior força de centro-esquerda no país.
“Faço isso por amor à política e paixão pelos valores democráticos”, disse o ex-premiê em um vídeo no Twitter. Letta, que estava afastado da política desde 2015, quando renunciou ao cargo de deputado para dirigir a Escola de Relações Internacionais da SciencesPo, era pressionado por caciques do PD a se candidatar à liderança do partido.
A sigla é liderada pelo governador do Lazio, Nicola Zingaretti, que anunciou sua renúncia na semana passada, acusando seus correligionários de só pensarem em cargos. Letta havia pedido dois dias para refletir sobre o assunto e confirmou sua candidatura nesta sexta.
“Francamente, não imaginava que hoje estaria aqui para anunciar minha candidatura ao comando do Partido Democrático, o qual eu ajudei a fundar e que vive uma crise profunda”, disse o ex-premiê, acrescentando que não vai buscar a “unidade” da sigla, mas sim a “verdade”.
Zingaretti, por sua vez, afirmou em coletiva de imprensa que Letta é a “pessoa certa” para “renovar” o PD, que hoje é o segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto nacionais, atrás apenas da Liga, de extrema direita. A votação online que escolherá o novo líder do partido está prevista para domingo (14).
Cientista político de formação, Letta foi deputado por 15 anos, ministro das Políticas Comunitárias (1998-1999), da Indústria (1999-2001) e do Comércio Exterior (2000-2001) – ele acumulou as duas últimas pastas por um ano.
Em abril de 2013, assumiu o cargo de primeiro-ministro em uma aliança de ocasião entre o PD e o partido conservador de Silvio Berlusconi, já que nenhuma força política tinha maioria para governar sozinha.
Sua gestão durou apenas 10 meses e terminou em fevereiro de 2014, quando o próprio líder do Partido Democrático e então prefeito de Florença, Matteo Renzi, manobrou para derrubá-lo e assumir o poder, acusando Letta de lentidão nas reformas prometidas.
O ex-premiê chegou a deixar o PD em 2015, por discordar da linha política adotada por Renzi, mas voltou ao partido em 2019, após Zingaretti ser eleito secretário. (com dados da Ansa)