Uma delegação do Parlamento Europeu (PE), composta por sete eurodeputados, vai ao Brasil e à Colômbia hoje (25) para avaliar a situação humanitária nas fronteiras com a Venezuela
O eurodeputado português Francisco Assis, que vai liderar a visita ao Brasil entre os dias 25 e 29 de junho, disse à Agência Brasil que “a delegação (do Parlamento Europeu) vai assistir à cerimônia de entrega de uma ajuda no valor de 5 milhões de euros ao estado brasileiro. Se, porventura, se identificar que há necessidade de uma ajuda maior, havendo disponibilidade da União Europeia para situações desta natureza, certamente será dado este apoio”, afirmou Assis, que também é presidente da delegação do PE para as relações com o Mercosul.
Ele explicou que o objetivo da viagem ao Brasil é visitar os campos de refugiados de venezuelanos que, por razões diversas, nos últimos meses deixaram o país e passaram para o outro lado da fronteira. “Nós temos conhecimento que em Roraima, em particular, há muitos venezuelanos, muitos deles estão nesses refúgios criados pelas autoridades brasileiras, a maior parte deles em Boa Vista e muitos em Pacaraima, cidade que fica na fronteira com a Venezuela. Nossa missão é perceber qual é a situação em que as pessoas se encontram e sensibilizar a União Europeia para prestar apoio ao estado brasileiro, que está acolhendo os refugiados”.
Lares abandonados
Desde 2005, mais de dois milhões de venezuelanos abandonaram seus lares. Segundo a Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Refugiados (Acnur), mais de 60% estão atualmente em situação irregular. A Colômbia acolhe o maior número de migrantes venezuelanos, mais de 800 mil pessoas. O Brasil, que recebeu até o momento cerca de 50 mil venezuelanos refugiados, terá uma ajuda financeira da União Europeia de 5 milhões de euros.
O eurodeputado se referiu à crise política, econômica e social na Venezuela, que enfrenta escassez de produtos alimentares e medicamentos, além do desemprego. E afirmou que o Parlamento aprovou várias recomendações ao país nos últimos anos.
“Há uma dimensão crítica quanto a atuação das autoridades venezuelanas, do ponto de vista do seu comportamento não democrático, da forma como foram evoluindo para uma situação em que as regras democráticas não estão sendo respeitadas. Também fizemos apelo a um diálogo interno entre poder e as várias oposições de forma a que sejam reconstruídas as condições de normalidade democrática na Venezuela e a partir daí se possa iniciar uma nova fase que permita a superação desta gravíssima crise humanitária”.
A delegação vai visitar os postos fronteiriços e se reunir com as autoridades nacionais, regionais e locais, bem como com organizações internacionais e organizações não governamentais que prestam assistência aos venezuelanos.
(Agência Brasil)