A pesquisa, realizada em colaboração com outras universidades e institutos da Itália, Edimburgo (Escócia) e França, apresenta mais provas de que a amamentação promove uma maior ligação entre mãe e bebê através de um processo bioquímico.
Segundo a equipe da Universidade de Warwick já se sabia que o hormônio oxitocina era liberado durante a amamentação, mas o mecanismo no cérebro para esta liberação ainda não tinha sido desvendado.
A oxitocina é produzida no hipotálamo, a parte do cérebro que controla a temperatura corporal, sede, fome, cansaço e a raiva. E também foi provado que a oxitocina promove os sentimentos de confiança e a redução do medo.
O hormônio também produz as contrações durante o parto e causa a liberação do leite nas glândulas mamárias.
O estudo foi divulgado na publicação científica PLoS Computational Biology.
Neurônios
Segundo a pesquisa, em resposta à amamentação, neurônios especializados no cérebro da mãe começam a liberar o hormônio.
Entretanto, a oxitocina é liberada de uma parte do neurônio chamada dendritos que, geralmente, recebe ao invés de transmitir informações.
Com o uso de um modelo matemático, os pesquisadores descobriram que esta liberação, a partir dos dendritos, permite um grande aumento na comunicação entre neurônios, coordenando um "enxame" de fábricas de oxitocina, o que produz explosões intensas dos hormônios.
Este é um exemplo de um "processo emergente" – uma ação coordenada que se desenvolve sem uma liderança, em um processo parecido com um enxame de insetos.
"Sabíamos que estes pulsos aumentam, pois, durante a amamentação, os neurônios que disparam a oxitocina fazem isso juntos, em explosões sincronizadas", afirmou o líder do estudo, professor Jianfeng Feng.
"Mas descobrir exatamente como estas explosões eram desencadeadas era um grande problema sem explicação."