Um estudo italiano revelou que o mecanismo de ação que leva a um estado de fadiga, ou exaustão incapacitante, relacionado à covid prolongada, que afeta uma em cada três pessoas que foram contaminadas pelo vírus Sars-CoV-2, é acionado por uma deficiência de arginina, um aminoácido produzido naturalmente pelo organismo. A informação foi divulgada no estudo sobre a covid longa realizado pela Fundação Policlínica Universitária Agostino Gemelli – Campus da Universidade Católica de Roma, segundo o qual a fadiga crônica da síndrome pós-covid está precisamente associada a uma alteração no metabolismo da arginina.
Atualmente, na ausência de abordagens terapêuticas em larga escala disponíveis contra a covid-19 prolongada, restaurar os níveis de arginina pode representar uma nova estratégia integrativa eficaz contra a fadiga crônica, informaram os especialistas.
No final do ano passado, depois de um grupo internacional de cientistas apoiados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ter elaborado a primeira definição de “Covid Longa” (e a sua posterior publicação na revista The Lancet), o estudo deu um passo importante para entender a doença. No entanto, especialistas alertaram que existem cerca de 200 sintomas.
Segundo a descrição do documento, considera-se “Covid Longa” quando uma pessoa “com histórico de infecção provável ou confirmada por Sars-CoV-2, geralmente três meses desde o início, apresenta sintomas que duram pelo menos dois meses e não podem ser explicados por um diagnóstico alternativo.
O cansaço, um dos principais e mais difundidos sintomas da doença, sobre o qual trabalha a comunidade científica da Sociedade Italiana de Gerontologia e Geriatria (SIGG), pode já não ter segredos.
O processo de alteração biomolecular subjacente à fadiga extrema ligada à síndrome pós-Covid é descrito pela primeira vez e os resultados do estudo foram publicados no International Journal of Molecular Sciences.
Os cientistas apontam que a covid-19 será difícil de ser erradicada e a nova emergência é precisamente a covid longa, que afeta uma em cada três pessoas, mesmo entre os jovens. (com dados da Ansa)