Estudo feito na Itália mostra que redes sociais prejudicam a comunicação

Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Roma revelou que o uso contínuo das redes sociais mudou a linguagem das pessoas em razão da maior frequência da utilização de hashtags, emojis, gifs e memes ao invés de palavras.
Os especialistas analisaram cerca de 300 milhões de comentários em inglês dos últimos 34 anos feitos em oito plataformas diferentes (Facebook, Twitter-X , Gab, Reddit, Telegram, Usenet, Voast e YouTube). A apuração se concentrou na riqueza do vocabulário dos utilizadores e apontou que está ocorrendo um processo de simplificação linguística na mídias, incluindo uma riqueza lexical reduzida e comentários mais curtos. A maioria dos usuários, por exemplo, usa até 10 palavras únicas, indicando um tamanho lexical modesto.
Apesar da presença de textos mais curtos e da introdução de um vocabulário menos rico, os pesquisadores analisaram uma grande quantidade de novas palavras formadas, o que demonstra como a linguagem permanece dinâmica mesmo em um contexto de empobrecimento lexical. “Compreender o impacto das plataformas digitais no comportamento dos utilizadores apresenta desafios fundamentais, incluindo questões relacionadas com a polarização, a dinâmica da desinformação e a variação no consumo de notícias”, disseram os estudiosos.
Na visão do especialistas, o uso cada vez mais constante de abreviaturas, bem como de hashtags e emoticons, é o resultado de uma mudança já em curso, acelerada pela globalização digital. O mesmo processo de simplificação teria ocorrido nas línguas românicas em comparação com o latim do qual derivam.
No final de novembro, a Autrália, preocupada com a saúde mental dos adolescentes, aprovou uma lei que proíbe redes sociais para menores de 16 anos. A decisão veio após um debate acalorado que tomou conta do país, estabelecendo uma referência para jurisdições em todo o mundo com uma das regulamentações mais rígidas contra as grandes empresas de tecnologia.
(Dados da Ansa e InfoMoney)