O museu a ser aberto dentro de dois anos vai ocupar uma área de 6.000 metros quadrados da rede ferroviária subterrânea de Milão, onde centenas de judeus da cidade e das redondezas foram reunidos para serem enviados a campos de extermínio nazistas, como Auschwitz e Dachau.
A Plataforma 21 fazia parte de uma rede ferroviária subterrânea paralela às linhas de passageiros sobre a terra. Ela era usada para o transporte de cargas pela Estação Central de Milão, que na época era o ponto do qual partiam metade das cargas ferroviárias da Itália.
Na 2a Guerra Mundial, porém, a plataforma foi usada para uma finalidade sinistra.
"Os judeus eram carregados nos vagões em segredo", contou Michele Sarfatti, do Centro Contemporâneo de Documentação Judaica. "Nós, historiadores, apenas recentemente redescobrimos esse pedaço da história italiana, já que não foram deixados rastros dela."
Mais de 60 anos após o término da guerra, a Itália é o único grande país europeu a ainda não ter um memorial do Holocausto, embora haja planos para construir um em Roma.
Pelo menos 850 judeus passaram pelas entranhas da estação principal de Milão antes de serem embarcados para a Alemanha e a Polônia. A maioria nunca voltou.
O regime fascista de Benito Mussolini seguiu a deixa dos nazistas alemães, decretando leis contra os judeus em 1938. Mas as deportações só começaram após setembro de 1943, coincidindo com a ocupação alemã do norte da Itália.
Dos estimados 7.800 judeus deportados da Itália, apenas 10 por cento sobreviveram. Ao todo 6 milhões de judeus e milhões de outras pessoas, incluindo poloneses, russos, homossexuais e ciganos, foram deportados e mortos em campos de concentração nazistas.
Fonte: Reuters