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Em discurso no G7, Lula defende taxação dos super-ricos e regulação da IA

14 de junho de 2024 - Por Comunità Italiana
Em discurso no G7, Lula defende taxação dos super-ricos e regulação da IA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a taxação dos super-ricos e criticou a concentração de renda. Na fala, em seu discurso na cúpula do G7, que acontece na Itália, o petista defendeu a proposta brasileira apresentada no G20 para um sistema global de cobrança de impostos dos mais ricos.

“Já passou da hora de os super-ricos pagarem sua justa contribuição em impostos. Essa concentração excessiva de poder e renda representa um risco à democracia”, disse o presidente. “Nosso objetivo, no G20, é mobilizar recursos para ampliá-las e adaptá-las a outras realidades”, acrescentou Lula, pedindo apoio dos países do G7 à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que será lançada na reunião do G20 no Rio de Janeiro.

Além da taxação dos super-ricos, Lula também defendeu um sistema de “governança internacional e intergovernamental da inteligência artificial” em que todos os países tenham assento para discussões.

Segundo ele, um dos desafios atuais é encarar o avanço da tecnologia e as mudanças climáticas sem perder o foco nas pessoas e na preservação do planeta. “Na área digital, vivenciamos concentração sem

precedentes nas mãos de um pequeno número de pessoas e de empresas, sediadas em um número ainda menor de países. A inteligência artificial (IA) acentua esse cenário de oportunidades, riscos e assimetrias”, disse.

Papa pede ‘ética’ para uso de IA e alerta Ocidente

Pela primeira vez, o papa Francisco discursou nesta sexta-feira (14) em uma cúpula de líderes do G7 e fez um apelo para que o uso da Inteligência Artificial (IA) seja combinado com a ética, além de alertar o Ocidente.

“Só se for garantida a sua vocação ao serviço da humanidade é que as ferramentas tecnológicas revelarão não só a grandeza e a dignidade única do ser humano, mas também o mandato que este recebeu para cultivar e proteger o planeta e todos os seus habitantes”, alertou o Pontífice em seu pronunciamento em Borgo Egnazia, na região da Puglia.

De acordo com o religioso, “falar de tecnologia é falar do que significa ser humano e, portanto, da nossa condição única entre liberdade e responsabilidade, ou seja, significa falar de ética”.   

Além disso, o líder da Igreja Católica alertou que “parece que se perde o valor e o significado profundo de uma das categorias fundamentais do Ocidente: a categoria da pessoa humana”.   

“Nesta era em que os programas de Inteligência Artificial questionam o ser humano e as suas ações, a própria fragilidade do ‘ethos’ ligado à percepção do valor e da dignidade da pessoa humana corre o risco de ser a maior vulnerabilidade na implementação e desenvolvimento destes sistemas”, advertiu.   

Segundo o argentino, “não devemos esquecer que nenhuma inovação é neutra e, no seu impacto na sociedade humana, representa sempre uma forma de ordem nas relações sociais e uma posição de poder, que permite a alguém realizar ações e impede que outros o façam”.   

Para ele, as ferramentas tecnológicas, assim como a Inteligência Artificial, devem ser sempre ordenadas para o bem de cada ser humano” e “devem ter uma inspiração ética”.   

Perante aos líderes mundiais, Francisco ressaltou ainda a importância de uma “política sã” para “olhar para o nosso futuro com esperança e confiança”.   

A mensagem destacou que a sociedade mundial tem graves deficiências estruturais que não podem ser resolvidas apenas com remendos ocasionais ou soluções rápidas. Desta forma, é preciso “chegar à raiz”, porque “há coisas que devem ser mudadas com reinicializações fundamentais e transformações importantes”.   

Para Jorge Bergoglio, “só uma política saudável poderia assumir a liderança, envolvendo os mais diversos setores e os mais variados conhecimentos”.   

Guerras

Em seu discurso, o Santo Padre também recordou que em um drama como o dos conflitos armados é urgente repensar o desenvolvimento e a utilização de dispositivos como as chamadas “armas letais autônomas” para proibir a sua utilização, começando já com um compromisso ativo e concreto para introduzir um controle humano cada vez maior e significativo.   

“Nenhuma máquina deveria jamais escolher se quer tirar a vida de um ser humano”, afirma o Papa, defendendo que “é o homem quem deve sempre decidir, não as máquinas”.   

Por fim, o religioso explica que diante dos prodígios das máquinas, que parecem saber escolher de forma independente, é preciso ter claro que a decisão deve ficar sempre ao ser humano, mesmo com os tons dramáticos e urgentes com que isso por vezes aparece nas nossas vidas, para não condenar a humanidade a um futuro sem esperança.   

“Se retirássemos das pessoas a capacidade de decidir sobre si mesmas e sobre as suas vidas, elas seriam condenadas a depender das escolhas das máquinas”, concluiu. (com dados de agências internacionais)

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.

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