O primeiro-ministro encarregado da Itália, Mario Draghi, realizará uma nova rodada de consultas políticas para tentar formar um governo com ampla maioria, o qual já recebeu apoio dos principais partidos, incluindo o de extrema direita Liga. O segundo turno das negociações terá início nesta segunda-feira (8), às 15h (horário local), com representantes do grupo misto da Câmara e será encerrado na terça-feira (9), às 17h, com mais um encontro com o Movimento 5 Estrelas (M5S), sigla com a maior bancada parlamentar.
Nos últimos dias, Draghi conseguiu o apoio de pequenos partidos e bancadas parlamentares, além do Partido Democrático (PD) e do Itália Viva (IV), formação de centro que deflagrou a crise no governo de Giuseppe Conte por divergências sobre o plano de recuperação.
O partido do ex-premiê Silvio Berlusconi, o Força Itália (FI), também se comprometeu a dar confiança a Draghi. O apoio da legenda do ex-ministro do Interior Matteo Salvini, porém, tem causado surpresa em parte das forças políticas do país.
A única exceção, até o momento, é o Irmãos da Itália (FdI), de Giorgia Meloni, que defende a convocação de novas eleições.
“Não há dúvida de que é uma novidade. Salvini concordou com o Partido Democrático, não nos mexemos”, declarou o secretário do PD, Nicola Zingaretti, no domingo (7).
“Finalmente, todos podem reconhecer as nossas lutas pró-europeias contra o nacionalismo e a soberania. A ideia de ultrapassar os problemas destruindo a Europa foi um fracasso. Abre-se uma nova fase que exigirá coerência, a Europa não é uma palavra: são os valores, instituições, dignidade “, disse ele.
Para Zingaretti, a pandemia “derrubou os pilares da soberania em todo o mundo, mostrou que devemos colaborar e não dividir”. Por isso, ele não escondeu sua satisfação com o renascimento da visão de seu partido.
Em relação a possível participação da Liga no governo, o secretário do PD especificou que tudo será avaliado “com base nas ideias e consistência daqueles que hoje se tornaram pró-europeus”, acrescentando que a questão central não é meramente quantitativa, pois “o problema é de credibilidade e estabilidade da operação política”. (com dados da Ansa)