O parlamentar atribuiu a corrupção no Brasil à imigração de italianos
Os italianos e descendentes do estado de Goiás e de todo o Brasil estão chocados com a fala do deputado Henrique Arantes (MDB) na Assembleia Legislativa daquele estado. E não é pra menos. Ao falar, na quarta-feira 27, na CPI que faz averiguação do contrato da companhia de energia italiana ENEL, ele afirmou que “os brasileiros aprenderam a ser corruptos com os italianos por conta da forte imigração”.
O representante ignorou os livros de história, passou por cima de milhares de cidadãos que ajudaram a construir o seu Estado e o seu País, desrespeitou a memória desta nação e os importantes acordos bilaterais existentes entre Brasil e Itália. Fruto de ignorância ou má fé, obviamente não são as palavras deste tal Arantes que mudam a relevância da Itália no cenário mundial em todos os setores, da tecnologia no setor energético ou no design, na moda ou na produção agroalimentar, na medicina ou na indústria de motores, na comunicação ou na produção do pensamento, mas principalmente no campo jurídico e na defesa dos direitos humanos. Porém se faz aqui necessário uma resposta à altura como rapidamente deu a Embaixada italiana em nota oficial.
Antes disso, a reportagem da Comunità apurou que o parlamentar é citado no site da Federação Nacional dos Policiais Federais em caso que envolvia uma outra comissão de inquérito, quando ainda fazia parte do PTB, partido que foi expulso em setembro último. Naquela ocasião, em maio de 2009, o famoso contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, parceiro da construtora Delta, comemorava, segundo informações da FNAPEF, favorecimento a partir da retirada de assinaturas de parlamentares sobre investigações em obras da Delta. Uma delas seria, segundo grampo telefônico revelado pelo site, a do deputado Arantes.
Comunicado da Embaixada da Itália
“A Embaixada da Itália em Brasília expressa firme condenação às declarações do deputado estadual Henrique Arantes por ocasião de seu discurso na Assembleia Legislativa de Goiás sobre a questão ENEL.
O tom e o conteúdo das ofensas pronunciadas constituem um grave ultraje contra a comunidade de italianos e ítalo-descendentes no Brasil, cuja contribuição para o desenvolvimento das relações amistosas entre a Itália e o Brasil em qualquer campo não pode, de forma alguma, ser denegrida.”