Após ter decretado toque de recolher noturno a partir desta quinta-feira (22), o governo da Lombardia, epicentro da pandemia do novo coronavírus na Itália, decidiu reabrir os hospitais de campanha da Feira de Milão e do município de Bergamo, que funcionaram durante o pico da crise sanitária.
Segundo comunicado do governador Attilio Fontana, de extrema direita, as duas unidades serão reabertas “nos próximos dias” e oferecerão 201 leitos de UTI para o sistema de saúde regional, sendo 153 em Milão e 48 em Bergamo.
“A situação epidemiológica em rápida evolução torna necessária a adoção de medidas organizacionais extraordinárias para potencializar a oferta sanitária de leitos na emergência da Covid”, acrescenta a nota assinada por Fontana.
Região mais populosa e polo financeiro e industrial da Itália, a Lombardia é líder de casos (134.604) e óbitos (17.123) causados pelo novo coronavírus no país em termos absolutos – ao todo, o território italiano registra 449.648 contágios 36.832 mortes.
Considerando índices relativos, que levam em conta o tamanho da população, a Lombardia é a segunda com mais casos entre as 20 regiões da Itália (1.338 para cada 100 mil habitantes), atrás somente do pequenino Vale de Aosta (1.697/100 mil hab.), mas é a primeira em óbitos (170/100 mil hab.).
A região registrou 4.125 casos apenas na quarta-feira (21), recorde desde o início da pandemia. Devido à escalada dos contágios, o governo lombardo instituirá um toque de recolher noturno a partir desta quinta-feira e válido das 23 às 5h.
De acordo com diretiva do governador Attilio Fontana, de extrema direita, serão permitidos nesse horário apenas deslocamentos por motivos de trabalho ou urgentes. Quem violar o toque de recolher estará sujeito a multas de 400 a mil euros (de R$ 2,7 mil a R$ 6,6 mil, pela cotação atual).
Já as escolas de ensino médio na região terão somente aulas a distância a partir da semana que vem. (com dados da Ansa)