A Oitava Seção criminal da Corte de Apelação de Nápoles rejeitou na quinta-feira (24) a extradição do cineasta ucraniano Yevhen Lavrenchuk, preso em 17 de dezembro na cidade italiana, para a Rússia. A decisão dos juízes napolitanos levou em consideração “as relações atuais entre a Federação Russa e a Ucrânia”, as quais cogitam um risco para o diretor, tendo em vista que Lavrenchuk declarou-se opositor político do presidente russo, Vladimir Putin.
De acordo com os magistrados italianos, em caso de extradição, o cineasta ucraniano pode ser submetido a tratamentos contrários aos direitos fundamentais da pessoa.
“Estamos satisfeitos com o resultado porque o Tribunal reconheceu que havia uma dúvida fundamentada de que a extradição tivesse sido solicitada por motivos políticos”, informou o advogado de defesa Alfonso Tatarano.
Lavrenchuk foi detido no dia 17 de dezembro de 2021 em Nápoles, no sul da Itália, em cumprimento de um mandado internacional. As autoridades russas alegam que ele cometeu crimes financeiros quando era diretor de teatro em Moscou.
O ucraniano deixou a Rússia em 2014 em protesto contra a anexação da Crimeia. Ele, no entanto, diz que as acusações são “completamente falsas” e que estava sendo perseguido pela Rússia por expressar publicamente sua dissidência.
“Tanto o procurador-geral como o ministro da Justiça pediram aos juízes que o diretor não seja extraditado justamente pelo perigo de ser submetido a tratamento persecutório em consideração à crise internacional entre os dois países”, concluiu Tatarano. (com dados da Ansa)