A Corte de Cassação da Itália rejeitou na última sexta-feira (24) o recurso apresentado pela defesa do líder anarquista Alfredo Cospito, em greve de fome há quase quatro meses e detido na enfermaria penitenciária do hospital San Paolo, em Milão, e o manteve em um duro regime de reclusão. O veredicto foi recebido com protestos e gritos de “assassinos” por um grupo de anarquistas e simpatizantes que estavam na entrada do tribunal no centro de Roma.
“Depois de ler a acusação do procurador-geral Gaeta, pensamos que a lei poderia mais uma vez iluminar esse caso sombrio. Mas a decisão desta noite prova que estávamos errados”, afirmou o advogado Flavio Rossi Albertini.
Já o vice-premiê e ministro de Infraestrutura da Itália, Matteo Salvini, comemorou e afirmou que “não será violência nem ameaças para mudar leis e sentenças”.
Após a decisão da justiça, o silêncio recaiu na Piazza Cavour, no centro de Roma, onde os manifestantes em prol de Cospito estavam há mais de oito horas aguardando o veredicto. As faixas em apoio ao líder anarquista foram retiradas do local, que está ocupado pelas forças de ordem para proteger o Palazzaccio, sede da Suprema Corte de Cassação.
Cospito cumpre pena de 20 anos de prisão e está em greve de fome para protestar contra o chamado 41-bis, nome do regime de isolamento total na cadeia, sistema geralmente reservado a mafiosos. A luta do italiano tem provocado uma série de manifestações no país e ataques liderados por grupos anarquistas contra sedes diplomáticas da Itália no exterior. (com dados da Ansa)